quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Grande Pavarotti

No Museu de Cera Madame Tusseau em Amsterdan, na Holanda - maio de 1994.

Cidade maravilhosa

Lurdinha, eu e o Dani, na Praia Vermelha - Rio de Janeiro - janeiro de 2010

Risíveis Amores

Sete contos, todos falando de amor. Assim é o livro “Risíveis Amores”, do escritor Milan Kundera. Histórias curtas que mostram o amor, a alegria, o riso, o gesto e todos os sentimentos próprios dos seres humanos. O cotidiano é retratado de forma extremamente realista e os amores e desamores, com seus exageros, são narrados de forma ímpar.
Às vezes, a razão e a lógica se sobrepõem às emoções e também o contrário acontece, quando personagens deixam a ilusão interferir no relacionamento.
Kundera faz uma leitura mordaz das emoções do dia-a-dia, colocando a farsa acima do lirismo no envolvimento das relações humanas.
Um livro para se ler devagarzinho, para se extrair as mensagens das entrelinhas, para rir com os risíveis amores.

Malu Pedarcini

Poeta, poetinha, camarada

“Se todos fossem iguais a você
Que maravilha viver...”


Ele dizia que cantou antes de falar. Amava as mulheres e adorava casar (foram nove casamentos ao todo). Certa vez questionado pelo parceiro Tom que lhe perguntou quantas vezes pretendia se casar, respondeu: “Quantas forem necessárias.”
Musas também foram muitas e uma delas serviu-lhe de inspiração. Heloísa Eneida Menezes Paes Pinto, ou Helô Pinheiro, imortalizada em Garota de Ipanema. E com os versos “olha que coisa mais linda, mais cheia de graça...” o mundo o conheceu.
Mas como dizia Stanislaw Ponte Preta ele não era apenas um, era muitos. Dedicou-se a muitas profissões, entre elas foi diplomata, mas a poesia e a música sempre foram prioritários na sua vida. Adorava um uísque. Dizem que no fim de 1962, ele e Baden Powell se trancaram no apartamento do letrista por quase três meses. Compunham compulsivamente e bebiam idem. Saldo: 25 canções e 20 caixas de uísque Haig’s. Quase uma caixa por canção, ou 2,666 garrafas por dia.
Teve parceiros memoráveis, porém a parceria mais longa foi com Toquinho. Desta união dizia: “Toda parceria é um casamento, onde há tudo, menos sexo”. Tinha ciúmes de Toquinho. Uma manhã acordou de mau humor e disse a Toquinho que, se um dia ele o traisse, quebraria-lhe a mão. E completou: “Com um martelo.” Em 1971 com a censura podando tudo eles acharam um jeito de mandar todo o mundo para aquele lugar numa época em que não se podia dizer isso. O refrão:
“Eu vou é mandar você
Pra tonga da mironga do kabuletê”

A parceria terminou em 1980 com a morte de Vinicius. Dele, Drummond disse: O único poeta que viveu como poeta.

Malu Pedarcini

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Saudade

Saudade é a sua ausência
Nas tardes mornas e sem graça.
Saudade é a brisa que passa
E leva as folhas do outono,
Saudade é a vontade
De estar lado a lado,
E nunca dizer jamais.

Saudade é a ausência de seu olhar
De apertar-te contra o meu peito
E susssurrar entre sorrisos:
“Te amo amor meu!”.
Saudade é falar e nada dizer
É sorrir e chorar,
Contudo...
Às vezes sem entender.

Saudade é poema que habita
Os recônditos da alma,
É doce poesia que flui,
É amar intensamente e se perder,
Na doce vontade de sentir,
De tocar, beijar e fazer amor.

Malu Pedarcini

Em terras portuguesas

Clique na imagem para ampliar
Bia, eu e Ada, no Forte de São João Batista ou Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção (1642) - Vila do Conde - Porto - Portugal - julho de 1996.

Na terra das salinas

Em Mossoró, no Rio Grande do Norte - setembro de 1987.

Educando para libertar

Quando se fala em educação no nosso País, logo nos lembramos de Paulo Freire. Considerado um dos mais importantes pensadores, não só aqui no Brasil, mas também internacionalmente, foi o criador da pedagogia da libertação que propõe a partir da realidade do aluno mostrar o seu papel na sociedade. Suas ideias correram mundo e uma das homenagens mais importantes a esse pernambucano é uma estátua sua em uma praça de Estocolmo na Suécia. Títulos tinha aos montes, afinal ser Doutor honoris causa em 28 universidades, não é para qualquer um não. Mas para chegar neste estágio passou por muitos dissabores. Nasceu no Nordeste, ficou órfão ainda menino e chegou a passar fome. Com muito esforço cursou a faculdade de Direito, profissão que nunca chegou a exercer. A sua vida e a convivência com as privações de seus conterrâneos nordestinos o fizeram trilhar outro caminho. No começo dos anos 60 criou o método de alfabetização de adultos que revolucionou toda a educação. Em 1963 veio a grande experiência: em apenas 45 dias alfabetiza cerca de 300 camponeses de Angicos, no Rio Grande do Norte.
Mas foi em 1964 no governo João Goulart, quando convocado para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização, cujo objetivo era alfabetizar 5 milhões de pessoas e elevá-los à condição de cidadãos, pois analfabetos não podiam votar, que mostrou a eficiência do seu método. Sua primeira ação foi dar cabo das cartilhas padrão. Mudou tudo. Ao mesmo tempo em que ensinava, o professor deveria criar discussões e estimular a reflexão sobre a realidade dos alunos. Claro que isso não agradou a ditadura que dava as cartas e lhe custou a liberdade. Foi preso e após ser libertado exilou-se no Chile, onde escreveu sua maior obra “Pedagogia do Oprimido”. Ficou conhecido mundialmente e trabalhou como consultor da Unesco e no Conselho Mundial de Igrejas. Desenvolveu projetos em diversos países. Em 1979, às vésperas da Anistia, o governo Figueiredo permitiu seu retorno ao Brasil. Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Experimentou também a política: em 1989, assumiu o cargo de secretário municipal de Educação de São Paulo, na gestão da prefeita Luiza Erundina. Morreu em 1997, deixando uma obra de mais de 40 livros. Alguns deles, traduzidos para 28 idiomas. Por meio de suas ideias e de sua obra, segue influenciando educadores de todo o mundo. Sobre a educação, costumava dizer: “A tradição brasileira, profundamente autoritária, coloca sempre o formando como objeto sob a orientação do formador, que funciona como o sujeito que sabe. É preciso deixar de ser assim. Conhecimento não se transfere, conhecimento se constroi.”

Malu Pedarcini

Escolhas

Quando temos a capacidade de reconhecer nossos medos, erros e fracassos somos capazes de fazer escolhas que nos levam adiante e nos desenvolvem no plano moral, ético e emocional. Adquirimos a consciência de que o passado jamais poderá ser modificado e nos deparamos com uma escolha para o futuro. Se vamos optar em viver do passado ou nos abrirmos para uma nova história só depende de nós mesmos, de sabermos que independentemente dos percalços, dos problemas que possam surgir, a responsabilidade de escolher a trajetória é somente nossa.

Malu Pedarcini

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Na Flórida

Andréa, eu e Luciana, em Ormond Beach - Flórida - USA - junho de 2005.

Na capital da valsa

Com Sandra em um restaurante em Viena, na Áustria - setembro de 1991.

Confesso que Vivi

Adoro ler biografias, principalmente se estas são de alguém que consegue transmitir suas experiências de vida de uma forma poética e estimulante. Nefatli Ricardo Reyes Basoalto é um deles. Você não sabe quem é? Sabe sim! Ele é conhecido mundialmente como um dos maiores poetas da América Latina e do mundo. Ficou mais fácil agora não é? É ele mesmo, o chileno Pablo Neruda. Mas não falarei dele hoje não. Posteriormente voltarei a falar desse poeta de grande expressão latina e um grande libertário. Hoje, vou falar do seu livro "Confesso que Vivi", memórias escritas por ele e que já li e reli infinitas vezes. O seu único livro em prosa retrata a sua vida, desde a infância nos bosques chilenos, na cidadezinha de Temuco, onde a chuva era companheira do menino tímido, até o fim da vida, já triste e em desalento após ver a democracia do seu país ruir e o ditador Pinochet passar feito um trator sobre os que ousavam contestar.
O livro é um relato histórico da sua estreia no mundo das letras, das suas atividades políticas, sempre defendendo a liberdade, dos livros que ganhou da dama chilena da poesia Gabriela Mistral, das suas amizades com grandes nomes da literatura como Federico Garcia Lorca, Miguel Hernandez, Jorge Amado e tantos outros.
Conta suas inúmeras viagens pelo mundo e por países como China, Índia, União Soviética, Espanha, França, México, Brasil e muitos mais.
Relata seu amor pelo mar, que era infinito e seu último lar, a casa de Isla Negra, hoje transformada em museu, onde colecionava milhares de conchas e viveu os últimos anos ao lado de Matilde, seu grande amor.
Uma vida memorável, impregnada de paixão. Pura poesia, como toda a obra do poeta. Leitura obrigatória para quem aprecia um bom livro.

Malu Pedarcini

Revista "Cães e Cia"

Matéria para a revista "Cães e Cia" em 1985.

Caminhos

A vida às vezes nos prega peças, traz surpresas, coisas não programadas, o inesperado. Ela nos mostra que existem várias respostas para uma mesma pergunta. E, nessas horas ficamos sem saber que caminhos percorrer. Qual o mais adequado? Aí brotam as dúvidas, pois como fazer a escolha certa se existem pelo menos duas respostas para uma mesma pergunta.
Como saber? É difícil? Sem dúvida.
Contudo, não devemos abrir mão das nossas escolhas, de praticar o livre arbítrio. A única coisa que temos que ter em mente é que não importa onde procuremos, as respostas sempre estarão dentro de nós mesmos.

Malu Pedarcini

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

As curvas do rio

Rio Mogi-Guaçu, no interior de São Paulo - agosto de 1991.

Esse é fera

Tirei esta foto do ginasta Diego Hipólito, ontem (26/09/2020) no Ginásio de Esportes Chico Neto, em Maringá. Ele estava, assim como eu, assistindo ao jogo entre as seleções feminina de vôlei do Brasil e dos Estados Unidos.

Príncipe

Príncipe sem princesa e cavalo branco
Ainda assim a cavalgar em meus sonhos
Tão real e tão distante
Pedaços imaginários a confundir-se com o onírico.

Presença constante em minha vida rotineira
Realidade e futuro
Heroi idealizado e amante apaixonado
Criança travessa a sorrir confusa.

Malu Pedarcini

João Rubinato, muito prazer, Adoniran!

Muito já se escreveu sobre João Rubinato, o compositor que com mais propriedade retratou São Paulo. No entanto, pouca gente sabe que ele não era paulistano. Filho de imigrantes italianos nasceu em Valinhos quando ainda esta cidade era um bairro de Campinas. Deu duro desde cedo, ajudou o pai a carregar vagões de carga e entregou marmitas. Mudou para São Paulo quando tinha 22 anos e se enturmou com artistas e radialistas. Mas o nome Rubinato não o ajudava. Quem iria botar fé em um sambista “italianado” e com esse nome. O nome Adoniran Barbosa surgiu em homenagem a dois de seus ídolos, o sambista carioca Luiz Barbosa e seu companheiro de noitadas Adoniran Alves. Em 1935 ganhou um concurso organizado pela prefeitura com a marchinha “Dona Boa”, música em parceria com J. Aimberê. Foi contratado por uma rádio, mas o período de sucesso foi curto. Tentou outras rádios, sem sucesso. Por anos se virou fazendo bicos. Em 1941, a Rádio Record o contratou. Foi se destacando como ator cômico. Construiu personagens memoráveis, como o moleque Barbosinha-Mal-Educado-Da-Silva, o motorista italiano Pernafina, o galã de cinema francês Jean Rubinet. Somente em 1955 o sucesso bateu na sua porta e veio a consagração como compositor quando o conjunto Demônios da Garoa gravou “Saudosa Maloca”. Depois disso, uma sucessão de grandes sucessos o elevaram ao título de maior sambista de São Paulo. Já no final da vida, além da música, se distraia fazendo brinquedos com sucata que recolhia das ruas. Morreu em 1983, aos 73 anos e Sampa perdeu um dos seus maiores poetas. Vinte e seis de suas composições foram dedicadas à cidade que o acolheu e ele retribuiu fazendo a melhor tradução da metrópole que nunca para, da locomotiva que puxa o Brasil. Ele como ninguém cantou o cotidiano, personagens tragicômicos, a dor transformada em riso.

Malu Pedarcini

domingo, 26 de setembro de 2010

Relax

No Beach Park, em Porto das Dunas, No Ceará - outubro de 1993

Momento de trabalho

Com a futura senadora pelo Paraná, Gleisi Hoffman - 23/09/2010

Elis, a Pimentinha

Menina precoce, já sabia o que queria desde que passou a perceber as coisas do mundo. Com apenas 16 anos já havia gravado o seu primeiro disco. Tinha uma técnica e domínio vocal impressionantes. A baixinha que ganhou o apelido de “Pimentinha” de Vinícius de Moraes tinha personalidade, gênio forte. Corajosa, fez severas críticas a ditadura militar, seja em palavras ou na música que cantava. Atribuem a ela uma declaração em que diz que os militares que governavam o País não passavam de gorilas. Definia-se como uma “menina velha” e sempre dizia que pouquíssimos a conheciam. "Sempre vou viver como camicase. É isso que me faz ficar de pé". Por aí, dá para perceber a mulher cheia de paixão que era Elis Regina. Colecionadora de sucessos, conhecida internacionalmente, morreu precocemente aos 36 anos, trancada em seu quarto, vítima da cocaína.
Deixou desolados milhares de fãs. Vinte e cinco mil deles compareceram ao velório no Teatro Bandeirantes para se despedir daquela que foi sem sombra de dúvida a voz mais perfeita e marcante da música popular brasileira.

Malu Pedarcini

Amar é preciso

Somos emoção e talvez por isso às vezes nos sintamos isolados no mundo. É quando bate a nostalgia, a melancolia e nessas horas deixamos vir à tona todas as nossas inseguranças e vulnerabilidades. Mas, apesar da aparente fragilidade devemos lutar pelo que queremos, buscar nossos objetivos, correr atrás dos nossos sonhos. A existência não tem sentido se não houver paixão, seja pelo que for, pela vida, por uma pessoa ou por uma causa. Amor não se implora, não se pede, não se espera. Amor simplesmente se vive ou não. O amor só acrescenta às nossas vidas. Ele não nos impede de crescermos seja emocionalmente ou profissionalmente. Devemos também estar preparados para receber uma negativa, pois muitas vezes perdemos muitas coisas na vida. Porém, junto com este "perder" devemos tentar o valor de ganhar. Porque sempre podemos lutar pelo que amamos e porque há sempre tempo para recomeçar. A melhor maneira de saber o caminho correto é deixar os sentimentos fluírem e abrirmos nosso coração.

Malu Pedarcini

sábado, 25 de setembro de 2010

Sem fronteiras

Assim como uma posseira
uma vampira
invadir o seu peito
e mergulhar na sua alma
sem nenhum preconceito
com jeito
com calma
te tomar de assalto
te cobrir de beijos
só pra gostar mais de mim
pega esse trem comigo
e vamos viajar mundo afora
lugares distantes
sozinhos
errantes
descobrir novas paisagens
amar sem limites
sem fronteiras
venha ser o meu alcaide.

Malu Pedarcini


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A divina Elza

“Cantar ainda é o meu maior sedativo. Sem a música eu sou nada. Sem o palco, sou ninguém.”

Ela esconde a idade a sete chaves, mas dizem que tem 72. Mulher, negra e forte, já passou poucas e boas na vida e sempre emergiu vitoriosa. Nascida e criada na favela, com apenas 13 anos já era casada e mãe. Magrinha, com pouco mais de 33 quilos, subia o morro com a lata d’água na cabeça e palavras dela: “Quem me ensinou a cantar daquele jeito foi a lata d'água, que eu era obrigada a carregar para cima e para baixo do morro. Toda vez que eu pegava a lata e colocava em cima da cabeça, soltava um gemido daqueles que dou até hoje”.
Com o filho doente e frente às dificuldades resolveu tentar a sorte em um programa de calouros. Para enganar a idade, usou as roupas da mãe, mas como eram largas para seu corpo de criança, fez uma improvisação com alfinetes. O apresentador era o compositor Ary Barroso que ao vê-la toda mal ajambrada naquela roupa estranha perguntou “De que planeta você veio, minha filha?” A plateia, sim naquele tempo os programas eram ao vivo e com plateia, caiu na risada, mas ela não perdeu a pose e respondeu seca: “Do planeta fome, seu Ary”.
Cantou “Lama” e colocou toda a emoção, o sentimento de humilhação que tinha sofrido e soltou o vozeirão. Ganhou a nota máxima. Ary Barroso se assustou e a abraçou dizendo “Senhoras e senhores, nesse exato momento acaba de nascer uma estrela.”
Ela, no entanto, só chorava, pensando na humilhação que tinha passado por ser negra, por ser mulher, por ser pobre, por estar mal vestida. Mais tarde disse em uma entrevista que nem sabia direito porque tinha chorado. “Não sei se era emoção, se era raiva. Eu estava sendo humilhada, mas, na minha inocência, não conseguia entender isso. Só depois vim a compreender a razão daquele choro”.
Depois disso seu talento começou a ser reconhecido, porém como sempre, nem tudo foram flores para essa mulher de fibra.  Durante a ditadura tomaram tudo dela. Perdeu a casa e foi expulsa do País. Para não deixar a menor dúvida metralharam a casa toda. Diz que nunca foi ligada em política e, portanto nem faz ideia porque os militares fizeram aquilo. Desconfia apenas que foi porque fez um show com Geraldo Vandré, que era malvisto pelos milicos. Foi embora para a Itália deixando os filhos para trás. Diz com certa tristeza que tem um filho doente até hoje por cauda disso.
Foi casada com Garrincha por 15 anos e da união teve um único filho, Manuel Garrincha dos Santos Junior (morto aos 9 anos de idade num acidente automobilístico).
Já caiu no palco, fraturou duas vértebras e diz que sente dores até hoje, mas não se entrega não.“Sou a própria Fênix, sempre renascendo das cinzas. Por isso a tatuagem que fiz na perna.”
Em 2000, juntamente com a cantora Tina Turner, foi considerada a cantora do milênio pela BBC.
Apesar das tragédias e dos percalços, diz adorar a vida e a si mesma e que quando fazemos o bem para nós mesmos, estamos fazendo o bem para outras pessoas, por isso o conselho que sempre dá para as pessoas: “Viva”, somente viva!

Malu Pedarcini

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Com o ministro

Com o ministro do Planejamento Paulo Bernardo, hoje (23/09/2010) na Cocamar.

Visita do presidente Lula à Maringá

O presidente Lula e o candidato a governador pelo Paraná, Osmar Dias, hoje em Maringá - 23/09/2010

Sabiá

Sábia é a natureza
Que já sabia
Que seu canto encantaria
O reino animal
Sábio sabiá
Ave cantora
Símbolo de uma terra
Onde proliferam
Pássaros mil
Tem cores
Tem sons
Seu gorjeio
Já foi verso
De Gonçalves e de Tom
Canta alegre
E festivo
Vive
Para cantar

Malu Pedarcini

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Amiga de uma vida


Com minha amiga de uma vida, Marlene, na casa dela em Oswaldo Cruz - SP - novembro de 2008.

Paraíso ecológico

No Parque Ecoarqueológico de Xcaret, no México - outubro de 1995.

Mestre Pixinguinha

Chico e Francis Hime não abriam mão dele, como tão bem traduziram na música "Trocando em Miúdos" cujos versos dizem assim “Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim? O resto é seu”. Tinha um nome pomposo, Alfredo da Rocha Vianna Filho, mas para a avó africana era “Pizindim” – que quer dizer “menino bom”, em dialeto africano. Dos amigos da rua ganhou o apelido de Bexiguinha por causa das marcas da varíola que trazia no rosto. Com o tempo virou Pixinguinha e ainda garoto, com 14 anos, compôs seu primeiro chorinho. Aos vinte já era conhecido por toda a cidade. Seus improvisos de flauta eram sensacionais e o levaram para Paris, mas não aguentou muito tempo por lá não. Teria comentado com os amigos “Eu vim me embora, estava com saudades dos amigos. Lá não existiam essas festas íntimas, em nossas casas”.
Em 1937 gravou talvez a música mais linda da discografia brasileira, “Carinhoso”. Composta em 1917, só mais tarde ganhou de João de Barro, a belíssima letra, como a conhecemos hoje. Passados 72 anos, "Carinhoso"continua tão atual como quando foi composta no século passado.

Malu Pedarcini

Tia Julia e o Escrevinhador

Hoje meus comentários vão para um livro do escritor peruano Mário Vargas Lhosa. “Tia Julia e o Escrevinhador” é um dos melhores livros desse autor latino e tem muito da sua vida. Conta a história de Marito, um jovem de 18 anos, tentando a carreira de escritor e jornalista. Sua vida muda de cor quando tia Júlia, uma “coroa”, irmã da mulher de seu tio, e Pedro Camacho, um escritor de novelas começam a fazer parte da sua vida.
Marito se apaixona pela balzaquiana Júlia e se torna inseparável de Camacho e isso faz a diferença na sua vida. Com bastante humor e irreverência o autor mostra a relação do jovem com uma mulher mais velha e o mundo rocambolesco das novelas.
O interessante neste livro é que os personagens são reais. Julia Urquidi existiu.  Mario e ela se casaram, ele com 19 anos e ela com 29, em uma época que isso não era comum. O casamento durou oito anos e em um trecho do livro tia Júlia faz uma previsão que de fato se concretizou. Diz ela:

“Sei como vai ser no futuro com todos os detalhes, vi numa bola de cristal – me disse tia Julia, sem a menor amargura. – No melhor dos casos, a nossa história duraria três, talvez uns quatro anos, quer dizer, até que você encontre a menininha que será mãe de seus filhos. Então você me dará um chute e eu terei de seduzir outro cavalheiro. E aparece a palavra fim.”

E de fato isso aconteceu. Vargas Lhosa se apaixonou por Patrícia, sobrinha de tia Júlia. Casou-se com ela e vivem juntos até hoje. E tia Julia, o que foi feito dela?  Ela morreu em março de 2010 aos 84 anos.

Malu Pedarcini

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Enfim, o diploma

Colação de grau dos formandos de Jornalismo da UMESP - Turma 1981/1984 - março 1985

Pirata do Caribe

Eu e Ada sendo atacadas pelo pirata no Nautibus, em Cancun, México - outubro de 1995.

Dança do ventre: uma arte milenar

Matéria para o jornal "Gazeta Maringaense" - 2ª quinzena de maio 2009.

A lista de Aristides

A maioria de nós com certeza já ouviu falar de Oskar Schindler, o empresário alemão que ficou célebre por ter salvado 1.200 trabalhadores judeus do Holocausto, durante a Segunda Guerra Mundial e ganhou uma justa homenagem com o filme de Steven Spielberg “A Lista de Schindler”. E da lista de Aristides, alguém já ouviu falar? Esse diplomata português que em junho de 1940, em plena guerra, desobedecendo uma ordem do ditador Salazar, que governava Portugal, concedeu vistos a milhares de refugiados que escapavam das tropas nazistas que invadiram a França. Salvou 30 mil pessoas do campo de concentração e da morte. Por essa atitude humanitária ele que era cônsul de Portugal na França foi destituído do cargo e condenado a ficar sem trabalho. Um dos depoimentos mais contundentes foi o do filho Pedro Nuno que disse: “Meu pai passou a dar visto a toda gente. Deixou de haver nacionalidades, raças e religiões". De acordo com Pedro, seu pai afirmou ter ouvido uma voz, a de Deus ou a de sua consciência, que lhe ditara a conduta a seguir. "Só agindo dessa forma, seguindo a minha consciência, serei digno da minha fé de cristão”, teria dito. Morreu em 1954, de fome e frio ao tentar queimar as portas da residência onde morava, e segundo a criada que o acompanhava “já nem sequer tinha força nos dedos para deitar as tábuas à lareira". Em 2006, veio o reconhecimento. Em uma enquete promovida pela Televisão de Portugal (RTP) para escolher “o maior português de todos os tempos” Aristides de Sousa Mendes ficou em terceiro lugar na frente dos ilustres Fernando Pessoa, Camões e Marquês de Pombal. Mas, infelizmente o reconhecimento veio tarde demais.

Malu Pedarcini

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Termas de Laranjais

Com minha sobrinha Juliana, em Termas de Laranjais, em Olímpia - SP - fevereiro de 2002

Reveillon no Olímpico

Eu, Rita e Fabíola, no Clube Olímpico em Maringá, na virada do ano - 31/12/2007.

O Linguado

Günter Grass foi um escritor alemão que começou a escrever no período de pós-guerra e tem no seu currículo, entre outras coisas, um Nobel de Literatura e o “O Tambor”, uma das obras primas da literatura mundial.
Mas foi com o livro “O Linguado”, escrito em 1977 que ele conseguiu impressionar a crítica. Neste livro, o autor conta de uma forma cômica e despudorada, as relações conjugais de homens e mulheres e também as mudanças que ocorreram na alimentação com o passar dos anos. A história começa no período Neolítico e segue até a década de 1970 na Polônia. O personagem principal se repete, morrendo e reencarnando a cada geração. Neste ritmo ele se casa por nove vezes, claro que em épocas distintas.
“O Linguado” está revestido de Antropologia e Sociologia e nos dá a verdadeira dimensão da evolução entre os sexos no decorrer da História. Diria que é um tratado sobre relações maritais e a evolução, ou “involução”, como querem alguns, na forma de alimentação.
Sem dúvida é um livro que recomendo.

Malu Pedarcini

Jornal "Pedalando"

Matéria escrita para o jornal "Pedalando" da ADCC (Associação Desportiva Classista Caloi) em 1984.

Momentos

Janeiro de 2008

Em Vitória

No Hotel Senac Ilha do Boi em Vitória - abril de 1989

Menino

Sua presença doce e morna
Olhos a acariciar
Boca gulosa e sedenta
Braços viris a embalar.

Menino grande você é lindo
Terno e meigo ao falar
Quando sorri me cativa
É o próprio verbo amar.

Malu Pedarcini

Adorável Tim


Eu sou suspeita em falar desse gordinho, pois sempre tive paixão por ele. Tinha um gênio difícil, brigava com todo mundo, xingava a plateia, abandonava o palco sem explicações, mas assim mesmo era amado. Por baixo da explosão, do vulcão, existia um cara extremamente generoso e sobretudo talentoso. Caçula de 12 filhos, nascido no Rio de Janeiro, desde criança enveredou pelos caminhos da música. Seu primeiro conjunto “Os Sputniks” tinha Roberto Carlos como um dos componentes. Mas, “Os Sputniks” foram literalmente para o espaço, quando ao se apresentarem em um programa na extinta TV Tupi que tinha Carlos Imperial como apresentador, Roberto Carlos convenceu Imperial que faria melhor imitando o Rei do Rock, Elvis Presley. Tim Maia não gostou nada e algum tempo depois partiu de mala e cuia para os Estados Unidos. Na realidade mais cuia do que mala, já que tinha somente 12 dólares no bolso. Foi lá que se familiarizou com a música negra, chegou até a formar uma banda chamada “The Ideals”. Comeu o pão que o diabo amassou, trabalhou até como babá e chegou a ser preso por roubar um carro para viajar pelo país. Voltou em meados dos anos 60 cheio de ideias na cabeça, porém ao gravar um disco em inglês veio a frustração, uma vez que a repercussão foi zero. Tinha muitos “grilos” e sofria por causa da sua aparência e traduziu isso nas letras de suas músicas. Contam que enquanto compunha a letra “Na vida a gente / Tem que entender / Que um nasce pra sofrer / Enquanto o outro ri”, chorou e disse aos amigos “Mermão! Tu acabou de fazer a música da tua vida”. Sua sorte começou a mudar quando Roberto gravou “Não vou ficar”. Daí em diante muitos sucessos vieram e um belo dia ao folhear um livro ficou completamente maluco. Era uma seita que pregava o uso de roupas brancas e condenava a bebida, cigarro, drogas e até sexo sem intenção de procriar. Mas, de repente cansou-se de tudo e voltou à Terra, ao seu normal. Apesar de seus acessos temperamentais, suas brigas, tinha uma legião de fãs e sempre foi admirado pelos seus colegas. Em março de 1998, o “gordinho” subiu ao palco pela última vez. Ao tentar cantar “Não quero dinheiro”, não conseguiu e se retirou do palco. A plateia achou que era uma das suas malcriações e puxou uma tremenda vaia. Mas naquele dia não era. Tinha sofrido uma embolia pulmonar com uma parada cardiorrespiratória. Passou alguns dias lutando contra a morte, porém perdeu a batalha, não resistiu. Foi para o andar de cima e deve estar lá causando alguma confusão, brigando com os anjos e alegrando todo mundo com seu vozeirão.

Malu Pedarcini

domingo, 19 de setembro de 2010

Noite musical

Eu e Marta Bellini, uma anfitriã de primeira - setembro de 2010

Noite de alegria

Santiago, eu e Marta Bellini nos deliciando com a música de nosso amigo Balestra - setembro de 2010.

Seu jeito

Foi no seu jeito de DIZER
Que eu aprendi a ENTENDER
Foi no seu jeito de ESCREVER
Que eu aprendi a DECIFRAR
Foi no seu jeito de se MOSTRAR
Que eu aprendi a me DESNUDAR
Foi no seu jeito de SENTIR
Que eu aprendi a INTERPRETAR
Foi nesse jeito tão SIMPLES
Que estou me ENCANTANDO por você
Não MUDE, pois ti GOSTO simplesmente como você é.

Malu Pedarcini

Sangue de Coca-Cola

Li o livro “Sangue de Coca-Cola”, do mineiro Roberto Drummond, quando cursava a faculdade de Jornalismo. A obra é um relato da pior época por que passou nosso País, os pesados anos de chumbo. Com um texto enérgico e ritmo alucinante, o autor mostra com nomes e sobrenomes todos os ditadores que marcaram com sangue, a História do Brasil. Tudo começa em um 1º de abril com o relato de alucinações coletivas e que segundo o autor, "o Brasil tomou Coca-Cola com LSD e entrou numa bad". A partir daí a imaginação corre livre, leve e solta. Misturando realidade e fantasia, Drummond retrata várias gerações de antes e pós-revolução de 64. Polêmico e original “Sangue de Coca-Cola” é para ser saboreado devagarzinho, pois quem o ler afoitamente poderá ter uma overdose de delírio imaginativo.

Malu Pedarcini

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Momento feliz

Fevereiro de 2008

Na ilha da "Moreninha"

Na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro - outubro de 1984.

Autoconhecimento

Quando iniciamos a nossa jornada rumo ao autoconhecimento devemos estar preparados para os desafios que encontraremos pela frente. Os principais dizem respeito às escolhas e decisões que tomaremos e que se confrontarão com as dos demais, podendo surgir conflitos. O medo da desaprovação é um dos principais motivos que nos levam às vezes a agir de acordo com as conveniências, deixando de lado nossa vontade. Desse modo somos aceitos pela sociedade, porém iremos continuar carregando o vazio na alma. Enquanto não formos capazes de assumir a diretriz da nossa vida e termos em mente que o principal é o amor por nós mesmos e a busca pela paz interior estaremos fadados a pagar um alto preço.

Malu Pedarcini