domingo, 31 de outubro de 2010

Na terra da amizade

Em Isla Mujeres, no México - outubro de 1995.

Litoral Norte de São Paulo

Eu e Santiago na praia do Lamberto, em Ubatuba - fevereiro de 2010.

E o Lula ganhou as eleições - Dilma Lá

 Foto: Malu Pedarcini
Enfim, apesar de alguns fatos lamentáveis e baixarias, que depuseram contra a democracia, finalmente a “briga” chegou ao fim. Temos a primeira presidente mulher da História do Brasil. O presidente Lula ganhou as eleições e se você tinha dúvidas quanto a isso, basta ver a trajetória de Dilma, que entrou na disputa em que José Serra tinha alto índice de favoritismo e mesmo assim, depois de alguns percalços, como um câncer, alguns escândalos ainda não esclarecidos e uma série de terrorismos sobre seus pontos de vistas sobre assuntos polêmicos, como o aborto e sua descriminalização, ela alcançou a vitória nas urnas.
Mais uma vez, o retirante nordestino, lá do sertão pernambucano, provou que é o cara e quem torce o nariz por achar que um semianalfabeto chegou a este patamar, vai ter que engoli-lo por mais quatro anos. Ou alguém acha que Dilma não vai se aconselhar com o seu guru para governar?
O Brasil está mesmo mudando, pois caiu mais um paradigma. Depois de um operário, uma mulher terá a responsabilidade de governar um dos maiores países do mundo e caberá a ela continuar a política social e diplomática de Lula, que colocou o nosso País no cenário mundial.

Malu Pedarcini

sábado, 30 de outubro de 2010

No Grande Canal

Travessia do Grande Canal em Veneza - setembro de 1991.

Juventude

Lá pelos idos dos anos 80.

Utopia

Eu queria poder
possuir o tempo,
para decidir a duração das coisas
e aprisionar para sempre
os momentos felizes.

Guardaria apenas o sorriso
nos lábios das crianças
crianças eternas e puras
não corrompidas pela vida
e, saciadas da fome e da sede.

Não haveria guerras e mortes
nem correntes e ferrolhos
para que nunca mais houvesse
opressores e oprimidos.

Malu Pedarcini

Arrependimentos

É corriqueiro ouvirmos alguém dizer que é melhor nos arrependermos do que fizemos do que nos arrependermos de nem termos tentado. Creio que aí vai uma grande dose de verdade, pois se nem ao menos tentarmos jamais saberemos se teríamos uma chance de sucesso. Se desistirmos no primeiro obstáculo perderemos a oportunidade de aprender e consequentemente evitaremos problemas, confrontos, desencontros, mas deixaremos também de viver uma história que pode ser linda, apaixonante, vibrante. Portanto, não devemos temer viver, sejam novos desafios profissionais ou um grande amor.

Malu Pedarcini

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Na terra do Sol

Praia dos Artistas em Natal (RN) - outubro de 1993.

Ilha do amor

No Ostracos Hotel, na ilha de Mykonos, na Grécia - setembro de 1998.

Falta de memória

Esta matéria foi escrita na primeira quinzena de maio de 2009 para o jornal Gazeta Maringaense. O tal deputado, citado na matéria, se candidatou novamente nas últimas eleições (2010) e foi eleito com  97.752 votos. Sinal que tem muito eleitor desavisado ou aquela máxima do Pelé, tão criticada, de que brasileiro não sabe votar, é verdadeira.

Por Quem os Sinos Dobram

"Quando morre um homem, morremos todos, pois somos parte da humanidade".

Hoje a resenha será sobre o livro “Por Quem os Sinos Dobram”, de Ernest Hemingway. O livro foi escrito em 1940 e traz muito da experiência do autor que participou como voluntário na Guerra Civil Espanhola. A obra conta a história de Robert Jordan, um americano, que em razão de seus conhecimentos com bombas tem uma difícil missão. Ele vai ter que explodir uma ponte para que os pró-republicanos tomem a cidade de Segóvia.
Robert Jordan, apelidado de “Inglês” parte para as montanhas onde passa a viver com um grupo de guerrilheiros. Entre os habitantes da montanha estão a cigana Pilar, que chefia a guerrilha, e Maria, uma jovem que foi maltratada pela guerra e viverá um amor puro e intenso com Robert.
Mais importante que a história de Robert e demais personagens é a reflexão e a crítica que o autor faz sobre a crueldade da guerra. Hemingway critica ao mesmo tempo a direita fascista e a esquerda que deseja tomar o poder e mostra a violência de ambos os lados, com irmãos matando irmãos.
É uma profunda reflexão sobre a vida, sobre a morte, sobre o amor, sobre a coragem, e, sobretudo sobre a solidariedade humana.

Malu Pedarcini

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Estádio Panathinaikos

Estádio Panathinaikos, em Atenas, onde realizaram-se as primeiras Olimpíadas da Era Moderna - setembro de 1998.

Terra do glamour

Eu e Sandra antes de entrarmos no cassino em Monte Carlo - bairro do Principado de Mônaco, onde acontece o circuito de rua da Fórmula 1 - setembro de 1991.

Quando amo

Quando amo sou assim como um pássaro que fugiu da gaiola e descobre que voar é simplesmente divino. Rio a toa, sinto a música na alma, o olhar adquire um brilho especial, viro criança com todas as emoções que isso implica. Gosto de fazer amor e dormir abraçadinha com meu amor, falar de planos e sonhos ou simplesmente nada falar, apenas sentir o pulsar do coração e olhar nos olhos sem a necessidade de palavras. Gosto de aconchego, de tomar banho juntos, de beijar muito, assim sem motivo, pela simples vontade de beijar. Gosto de vê-lo dormindo e ao acordar nos amarmos sem traumas, sem censuras. Enfim, gosto de me sentir mulher, desejada e de fazer meu homem feliz. Bem, acho que todos nós almejamos algo assim não é?

Malu Pedarcini

Diário de um Cucaracha

Henrique de Sousa Filho, mais conhecido como Henfil, não foi apenas um cartunista. Ele escrevia e muito bem. Um de seus livros “Diário de um cucaracha”, publicado em 1976, relata de uma forma mordaz o choque cultural, o preconceito e as dificuldades que enfrentou, quando em 1973 foi para os Estados Unidos em busca de tratamento para a hemofilia e também para fugir da repressão da ditadura militar. O nome do livro (cucaracha) é uma alusão aos latinos, que segundo os americanos procriam feito baratas.
E o preconceito não vinha apenas dos brancos. Em uma frase do livro Henfil mostra o quão podem ser preconceituosos brancos e negros. Ao relatar como funciona o transporte coletivo naquele país ele diz: “os negros têm o maior desprezo por esses brancos encardidos e sentam-se sempre no fundo. Os brancos sempre sentam na frente e os latinos. Ah, estes tem que se contentar em ir no meio, onde estão as rodas do ônibus.”
Dá para imaginar o que ele passou em um país que se acha superior a todos os outros e ainda por cima sem falar uma única palavra em inglês.
Um dos trechos mais interessantes do livro diz assim:
“Apesar de ser homem como qualquer americano, na realidade não sou. Sou um intruso, um penetra, um estrangeiro, um alien, pior: sou latino. Tenho olhos, ouvidos, pernas e braços como os americanos, mas, na loteria da vida, nasci no Brasil. Meu passe como gente só tem validade num espaço determinado chamado Brasil”.
Alternando melancolia e humor, Henfil deixa o leitor a vontade, fazendo com que ele sinta como se fosse um velho conhecido seu. Um livro agradável de ler e que eu recomendo.

Malu Pedarcini

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Turismo com amigas

Eu, Rose e Miriam no Hotel Vacance, em Águas de Lindóia - dezembro de 2000.

Um dia qualquer

Julho de 2008

Se...

Se o pesadelo se transformasse em sonho
Se as lágrimas não mais existissem
Se as palavras se transformassem em canções
Se as espadas não mais ferissem.

Um mundo novo de paz e amor
Renascendo do signo do fogo
Aspiração tresloucada e vã
Ou simplesmente quimera de um doido?

É difícil imaginar
Um Universo impelido pela concórdia
Quando o homem, esse animal insano
Desafia Deus e a natureza
Provocando dores e atos desumanos.

Malu Pedarcini

Rita, a tia do rock

Ela é a rainha do rock brasileiro e se autointitula femealista, ou seja, uma fêmea feminista. Autora de músicas bem-humoradas, essa ruiva, filha de americano com brasileira, está com o mesmo homem há três décadas e casou-se de papel passado depois de 20 anos de casamento. Sobre isso afirma que quando a paixão cega se transforma em amor telepático é que a coisa fica boa, e complementa “Existe, porém, o perigo da paixão inicial se transformar em ódio e daí a solução é partir para o “delete” total, já vi isso acontecer com os melhores casais do ramo”.
E explica que o casamento no papel significou um ritual de confirmação da paixão transformada em amor.
Sobre a ocupação feminina em um mundo tipicamente machista tem uma tese divertida. Diz que as mulheres estão usando uma estratégia bem simples. “Colocamos no mercado talentos rebolantes repletos de peitos e bundas deliciosos para distrair a atenção dos machos, enquanto isso o talento pensante feminino trabalha em silêncio e toma o poder (ou seria phoder?).”
Confessa que depois da música o que mais curte é o computador, tanto que causou polêmica recentemente ao fazer comentários pelo Twitter sobre o bairro de Itaquera e o estádio do seu Coringão que lá será construído.
Certa vez perguntaram-lhe se a coragem era uma característica feminina e ela respondeu na lata “É preciso ser muito macho para ser mulher.”
Esta é Rita Lee, típica paulistana, o retrato de sua mais completa tradução. Rita que é forte, que é mulher, que é mãe, que é puro rock e dos bons.

Malu Pedarcini

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Nas ondas do rádio

No programa "Resumo Semanal", na Rádio São Francisco FM - junho de 2010.

Reencontro

Eu, Marisa e Marta - estudamos juntas o ginásio em meados dos anos 70 - Aqui o reencontro depois de muitos anos em outubro de 2008. Agora não nos perderemos mais umas das outras.

Infinito

Meus olhos são como o brilho das estrelas, fulguram de fascinação diante da infinitude do Universo.

Malu Pedarcini

Incidente em Antares

Érico Veríssimo escreveu sua obra “Incidente em Antares” em 1971. Foi o seu último romance e nele ele conta a história de duas famílias, que ao longo de toda as suas existências sempre viveram em conflito. Os Campolargo e os Vacariano dominam a cena política da cidade e quando aparece uma terceira força ameaçando o poderio deles, os inimigos se unem para rechaçá-la. Misturando ficção com história o autor mostra a face da sociedade fingida e hipócrita.
O ponto alto é quando por conta de uma greve geral, sete defuntos ficam ao léu no cemitério. Os defuntos revoltados saem dos caixões e fazem uma manifestação na cidade, deixando autoridades preocupadas e a população apavorada. Como já estão mortos podem falar os “podres” de todos sem medo, uma vez que nada mais podem sofrer.
No auge da confusão eles (os defuntos) ameaçam apodrecer na praça principal da cidade, caso não haja o sepultamento pelos coveiros que também aderiram à greve.
A situação sai do controle e uma enxurrada de acusações de roubos, traições, fraudes e outros crimes vem à tona e enquanto alguns desmaiam outros aplaudem os defuntos. Os defuntos são atacados e batem em retirada de volta aos caixões e os coveiros desistem da greve e os mortos são sepultados.
A partir daí inicia-se uma verdadeira operação borracha para apagar as sujeiras que foram lançadas sobre os grandes nomes da cidade. E assim se passam sete anos e a população de Antares como que por encanto não se lembra mais do episódio dos sete mortos no coreto da praça.

Malu Pedarcini

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Hidratação

Uma pausa em Paripueira, em Alagoas - outubro de 1987.

Rumo à Machu-Picchu

Christopher, Ivani, eu e Sandra, no trem de Cusco para Águas Calientes, no Peru - setembro de 1988.

Mundo geométrico

Sempre nos disseram que o mundo é um círculo
Esfera talvez
Redondo também
E a vida?
Estamos sempre a indagar
A vida é quadrada ou é um triângulo?
Creio que é uma ciranda
Mas aí, voltamos ao círculo
E nessa lengalenga
Descobrimos que pode ser tudo isso e muito mais
Um dia o mundo está de cabeças para baixo
Às avessas
Como um cone invertido
Com gosto de sorvete
Em outro, parece um circo
Com trapézios e palhaços
E nessas voltas que o mundo dá
Rodando, rodando
Como uma bola azulada
Voltamos ao princípio
O círculo.

Malu Pedarcini

Herzog, os bastidores da ditadura

“Um dia os tempos serão outros. Diante de um homem morto, todos precisam se definir. Ninguém pode permanecer indiferente. A morte de um amigo é a de todos nós”. (Gianfrancesco Guarnieri)

Nascido na antiga Iugoslávia, filho de judeus por nascimento, brasileiro por opção, Vlado Herzog, passou a assinar Vladimir quando começou a escrever nos principais jornais do Brasil. Jornalista, professor e dramaturgo, também fazia incursões pelo mundo da fotografia. Jornalista renomado, trabalhou na BBC de Londres, no jornal O Estado de São Paulo e foi diretor do Departamento de Jornalismo da TV Cultura em São Paulo.
Herzog era ligado ao PCB e isto causou sua prisão e consequentemente sua morte. “Convidado” a depor no DOI-CODI (polícia de repressão), em 25 de outubro de 1975, compareceu e neste mesmo dia foi barbaramente torturado e assassinado. Encontrado enforcado com seu próprio cinto, os militares forjaram as provas para que a sociedade pensasse que tivesse sido suicídio.
Herzog deixou mulher e dois filhos pequenos. Clarice, a esposa, ficou conhecida por sua luta para provar que o marido tinha sido assassinado e ganhou uma homenagem com a música “O Bêbado e a Equilibrista”, de João Bosco e Aldir Blanc em que um dos versos diz assim: “Chora a nossa pátria mãe gentil, choram Marias e Clarices no solo do Brasil"
No dia 31 de março de 1975, seis dias após o assassinato de Herzog, o arcebispo de São Paulo Dom Paulo Evaristo Arns marcou um ato ecumênico para homenageá-lo, mas o general Ednardo D'Ávila Melo, comandante do II Exército, determinou o fechamento de todas as grandes avenidas de São Paulo, para que o povo não pudesse comparecer à cerimônia ecumênica na Catedral da Sé. Isso não intimidou nem amedrontou a população, que compareceu aos milhares no velório. Esse foi o começo do fim de uma época negra da história do Brasil.
Hoje, 25 de outubro, faz 35 anos que ele perdeu a vida. Registro aqui a homenagem, a este homem que com sua morte gerou uma onda de protestos sem precedentes pelo Brasil e pelo mundo e balançou as poderosas estruturas da ditadura militar. Nosso tributo a ele e a muitos outros que tombaram heroicamente em favor da liberdade.

Malu Pedarcini

domingo, 24 de outubro de 2010

Muito frio

Sandra e eu na estação de esqui de Farellones, no Chile - setembro de 1989.

Reveillon de 2000

Mamãe e eu - Reveillon de 2000.

Prisão e liberdade

Este texto um pouco primário foi escrito há muitos anos, mais exatamente em 1979, e o achei entre os meus guardados.

Um solitário na sua cela vazia. O espaço reduzido mal dá para caminhar. Uma goteira pinga incessantemente, marcando em um compasso irritante, o único som dos arredores.
A barba por fazer não o incomoda, assim como, o rato que passeia, já familiarizado com aquele estranho hóspede. Há quantos anos está ali? Nem ele mesmo sabe responder esta pergunta. Às vezes tem a impressão que fora ontem que tudo acontecera. Outras vezes, parece que está naquele lugar há um milhão de anos.
Também, agora nada mais tem importância. Os valores dantes assimilados se perderam no tempo e no espaço. Somente as ideias persistem, não o abandonam. Sem elas, talvez não tivesse sobrevivido. Mas, graças à força interior que traz dentro de si, não lhe tomarão o que possui de mais valioso: a liberdade.
Não! Não é louco. Para ele, a liberdade está além de qualquer violência ou degradação. Para ele, a liberdade provém do espírito, da paz adquirida por meio do dever cumprido, de não haver falhado na hora precisa.
Sorri na sua solidão. Sabe que pode morrer, porém não será esquecido, pois sabe também que as ideias são eternas, não morrem jamais.

Malu Pedarcini

Matéria para o GM

Matéria para o jornal Gazeta Maringaense - junho 2009.

sábado, 23 de outubro de 2010

Travessia

Iza, Vani e eu na travessia de balsa em direção à Pitangui - Rio Grande do Norte - setembro de 1987.

La vai a chalana no Rio Paraguai


Lourenço, eu e Harumi navegando pelo Rio Paraguai em Mato Grosso - maio de 1985.

Querência

Eu quero o espaço infinito. 
Galgar as estrelas. 
Subir montanhas e descer encostas. 
Atravessar pântanos e subterrâneos. 
Encontrar a luz no fim do túnel. 
Eu quero o azul do céu. 
Balões coloridos a pintar o horizonte. 
Marés de vagalhões espumantes. 
Estradas que conduzam ao irreal. 
Eu quero portas abertas. 
Pessoas sorrindo, crianças brincando. 
Fogos de artifício a irradiar calor. 
Laços refeitos, mãos se tocando. 

 Malu Pedarcini

Viaje na Viagem – Autoajuda para Turistas

Se você tem alma cigana e é andarilha (o) assim como eu, não pode deixar de ler o livro do publicitário Ricardo Freire, “Viaje na Viagem – Autoajuda para Turistas”. Como o próprio autor diz no prefácio “Toda viagem é uma extravagância. Seja você pobre, remediado ou rico, viajar sempre significa viver temporariamente muito além de suas posses”.
A partir daí, o autor nos dá diversas dicas, começando pelo que nos motiva a viajar, os roteiros, restaurantes, hotéis, passeios, visitas a museus e mil outras coisas.
Ricardo que tem no currículo viagens para os lugares conhecidos e também para os mais inusitados do mundo, conta suas experiências de turista profissional. Com uma linguagem leve e bem-humorada traz dicas imperdíveis, sugere roteiros, além de trazer um dicionário com verbetes de A a Z.
Um livro obrigatório para quem gosta de viajar e já correu o mundo e também para os iniciantes. Leia e divirta-se.

Malu Pedarcini

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Na noite

Rose, Paulinho, Silene, eu, Iracema e Beatriz, no Lune Light - outubro de 2008.

Festa da agência Penha

Édina (Nininha), Lucy, eu e Zacca na festa dos funcionários do Banespa -Agência Penha - outubro de 1994.

Verdades e mitos sobre a cerveja

Sexta-feira. Início do fim de semana. Dia em que muita gente sai para se divertir e entre estas diversões o hábito de tomar uma cervejinha gelada já é tradição entre os brasileiros. Mas o que essa bebida tem que agrada a tanta gente?
A cerveja é uma das bebidas mais antigas da humanidade. Já era conhecida pelos sumérios, egípcios e mesopotâmios desde 4000 a.C. Produzidas a partir da fermentação de matéria com amido, derivada de cereais ou outras fontes vegetais, sua cor e sabor pode variar, dependendo dos ingredientes usados no seu preparo. Mas a grande pergunta é: cerveja faz mal ou não? Os consumidores da bebida dizem que não. Há quem defenda inclusive o uso terapêutico. O epidemiologista Carl Seltzer, da Universidade de Harvard, diz que o uso moderado do álcool pode ser agente profilático contra as doenças cardíacas. Também cientistas de Munique na Alemanha, após estudos, avaliaram a população do estado da Baviera (maior consumidor de cerveja) em relação às doenças cardíacas e chegaram a resultados parecidos.
Em 2000 foi publicado artigo no British Medical Journal sobre pesquisa realizada por centros de estudos ingleses e tchecos que chegaram à conclusão de que o consumo da cerveja, bebida que foi utilizada no estudo, é capaz de diminuir significativamente o aparecimento de doenças do coração. Outros estudos posteriores também chegaram a conclusões semelhantes, e observaram que o consumo de até três doses diárias de bebida alcoólica é capaz de reduzir o risco de cardiopatias em até 40%. A conclusão a que se chega é que a bebida alcoólica assim como qualquer outro tipo de alimento, pode ser benéfica ou maléfica ao consumo humano, dependendo da quantidade em que é consumida. Estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde em 2000 concluiu que o alcoolismo é a terceira maior doença no Brasil, perdendo apenas para as doenças cardíacas e tumores malignos. O consumo exagerado é responsável pela maioria de morte no trânsito, principalmente jovens de 15 a 24 anos. Ainda de acordo com este estudo, 5,6% de todas as mortes de homens ocorridas no planeta e 0,6% de mulheres são atribuídas ao consumo de álcool.
Por isso, beba com moderação e se beber, não dirija.

Malu Pedarcini

Agreste

Ouvem-se gritos e sussurros
Vozes abafadas e tristes
São os homens trabalhando
Na construção da represa.

Faces sombrias de seres esquálidos
Pele queimada do sol
Pergaminho de sangue e veias
Mãos calejadas, olhos ressequidos
Carregam amores, desejos e dores.

Ninguém os escuta
São como vermes revirando a terra seca e árida
Sentem fome e sede
Entretanto, nada disso importa
Seu alimento é a persistência
E a coragem de lutar pela vida.

Quase noite,
Termina mais um dia de trabalho
Lá vão eles, caminhando em fila
Silenciosos
Guardando as últimas energias para o dia seguinte
Continuarão vivendo
Mas...
Até quando?
 
Malu Pedarcini

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Comemorando o aniversário do Juninho

Juju, eu e mamãe, no aniversário de 4 anos do Juninho - julho de 1995.

Momentos

Dezembro de 2008

Comer, Rezar, Amar

Aproveitando a onda da estreia do filme “Comer, Rezar, Amar”, estrelado por Julia Roberts, farei a resenha do livro homônimo que inspirou o filme. Escrito por Elizabeth Gilbert, é autobiográfico e conta passagens de sua vida a partir da dissolução de um casamento desejado pela maioria das mulheres, em que tinha um marido apaixonado, uma bela e espaçosa casa, uma carreira de sucesso e o sonho de ter filhos. Mesmo assim, Liz, com quase 30 anos, não se sentia realizada. E como não se sentia feliz, resolveu divorciar-se, o que lhe trouxe muitos dissabores.
Para compensar as frustrações ligou-se a outro homem e novamente fracassou. Então tomou a decisão mais importante da sua vida: desprendeu-se de todos os bens materiais, demitiu-se do emprego e foi viajar pelo mundo, completamente só.
Impôs-se uma meta: visitar três lugares que lhe pudessem mostrar sua verdadeira essência e começou com a Itália, onde explorou a arte do prazer, estudou gastronomia, aprendeu a falar italiano, e engordou 12 quilos, sem traumas e sem censuras.
Na Índia, desenvolveu a arte da devoção. Colocou a espiritualidade para fora com a ajuda de um guru e um caubói, muito sábio.
Na última etapa, instalou-se na Indonésia e deu vazão ao prazer mundano, aliado à transcendência divina. E aí, aconteceu o inesperado. Ela se apaixonou. Casou-se com Felipe, um brasileiro, com quem está casada até hoje e se diz muito feliz.
Não diria que o livro “Comer, Rezar, Amar”, seja uma obra-prima, mas é inteligente e divertido e, sobretudo sincero.

Malu Pedarcini

Editorial da GM

Editorial da Gazeta Maringaense - maio 2009

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mococa Beach

Bia, tio Kurt, eu e Beto - praia da Mococa, em Caraguatatuba - fevereiro de 1997.

Costa do Sol

Eu e Ada em Benalmádena, província de Málaga, na costa do Sol, na Espanha. Benalmádena fica a pouco mais de 100 km do Estreito de Gibraltar, que separa a Europa da África - agosto de 1996.

A vida como ela é

Ele revolucionou a dramaturgia brasileira e é considerado "maldito” por muitos. Sua obra foi chamada de genial, imoral, ilegal. Otto Lara Resende o definiu assim: “O Nelson Rodrigues, vocês sabem, a gente mata ou ama. Como o Código Penal pune assassinato, só nos resta amá-lo.” Foi exaltado por Manuel Bandeira como o “maior poeta dramático que já apareceu em nossa literatura”.
Amado e odiado recebeu críticas profundas também. Tristão de Athayde dizia que suas obras eram terríveis e imorais. Foi censurado pela ditadura que ainda prendeu seu filho Nelsinho que virou guerrilheiro. Nelson respondia com provocações irrespondíveis: “O artista tem que ser gênio para alguns e imbecil para outros. Se puder ser imbecil para todos, melhor ainda.”
Ou ainda, para explicar a controvérsia, que no fundo o nutria, cunhou a máxima: “Toda unanimidade é burra.” Mestre nas declarações de efeito como “Nós, da imprensa, somos uns criminosos do adjetivo. Com a mais eufórica das irresponsabilidades, chamamos de ‘ilustre’, de ‘insigne’, de ‘formidável’, qualquer borra-botas”.
Estreou aos 13 anos como repórter policial e colocou nas peças, sua própria história. Uma das tragédias da sua vida diz respeito à morte do seu pai e irmão. Mário seu pai, dono do jornal “Crítica” publica notícia sobre uma dama da sociedade carioca que teria se divorciado. Alterada, ela invade a redação do jornal e atira em Roberto, filho de Mário. Nelson, o filho mais novo assiste a cena.
Pouco tempo depois o pai morre em decorrência de trombose cerebral. Isso serviu de argumento para suas peças, pautadas na “vida como ela é”. Com a peça Vestido de Noiva atinge o reconhecimento e esta observação do diretor polonês Ziembinski “Não conheço nada no teatro mundial que se pareça com isso”. Nelson dizia que “A ficção, para ser purificadora, tem que ser atroz. O personagem é vil para que não o sejamos. Ele realiza a miséria inconfessa de cada um de nós.”
Tinha facilidade para escrever como para exagerar dramas. Afinal, seus próprios infortúnios andavam de braços dados com particularidades crueis. Uma filha de relação extraconjugal nasceu com paralisia cerebral; perdeu o pai e o irmão Mário; a cunhada viúva se matou; outro irmão, Paulo, morreu com a família no desabamento de seu prédio. Não foi tudo. A tuberculose, doença que o assombrou por toda a vida, levou-lhe os dentes aos 21 anos e o acompanhou vida afora, transformando seus dias em eterna véspera de funeral. Quem sabe daí a gana da ousadia. Não tinha nada a perder. Jornalista, escrevia de um jorro. Possesso. Movido a cafezinho e cigarro. Criou Suzana Flag, pseudônimo com que assinava folhetins em O Jornal. O adultério era sua obsessão – escreveu quase 2 mil histórias sobre o assunto. “O dinheiro compra tudo. Até amor verdadeiro”, escreveu ali. Publicou 17 peças e algumas viraram filmes como Boca de Ouro, Beijo no Asfalto, Toda Nudez Será Castigada, Os Sete Gatinhos, e Bonitinha, Mas Ordinária.
Morreu em 1980, de mãos dadas com Elza, sua primeira mulher, para quem voltou depois de casos com outras, mas longe do filho Nelsinho, perseguido pela ditadura. Dois meses depois, Elza atendia ao pedido do marido — de, ainda em vida, gravar o seu nome ao lado do dele na lápide de seu túmulo, sob a inscrição: "Unidos para além da vida e da morte. E é só".

Malu Pedarcini

Editorial para o GM

Editorial para o jornal Gazeta Maringaense - abril de 2009.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Com Juju

Eu e minha sobrinha Juju - outubro de 1992.

Paisagem andina

Eu, Zacharias, Aninha e Bia, na fronteira Chile - Argentina, com o Cerro Tronador ao fundo - setembro de 1989.

Paulo Vanzolini, o doutor do samba

“E, nesse dia então,
Vai dar na primeira edição,
Cena de sangue num bar
Da Avenida, São João.”

Ele confessou certa vez que não era capaz de tocar nem um tamborim, e mais ainda, não sabia a diferença entre tom maior e tom menor. “Minhas músicas saíram todas da minha cabeça”.
Mas esta suposta ignorância não o impediu de compor canções que fizeram e fazem história. Ele entende tudo de música. É o responsável por músicas imortais como Ronda, Volta por cima e Na boca da noite. Muita gente não sabe, mas esse genuíno paulistano tem uma profissão bem diferente. Ele é médico e zoólogo, com curso na Universidade de Harvard. Descobriu que gostava de zoologia quando aos 10 anos visitou o Instituto Butantã e ficou fascinado com as cobras. Premiado aqui e no exterior por suas contribuições ao mundo da ciência, é na música, no entanto, que ele é reconhecido por todos os brasileiros. Foi o samba que o tornou popular e segundo ele tudo começou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco. “Estava quase toda noite no Centro Acadêmico XI de Agosto pra jogar snooker e fazer música”.
Sobre o grande sucesso “Ronda”, faz uma observação inusitada. ”Na verdade, não acho essa canção grande coisa. É meio piegas”.
A música para ele sempre foi um hobby, um divertimento. Autor de mais de 60 sambas, nenhum tem a palavra “malandro”. Diz ele: “Eu tenho raiva de malandragem”.
Honestíssimo, diz que as únicas canções que lhe renderam algum dinheiro foram “Volta por cima” e “Cuitelinho”. O dinheiro da primeira foi doado integralmente ao Museu de Zoologia para a aquisição de livros e com a grana da segunda, como o parceiro Antônio Xandó já havia morrido, ele depositou a metade para o filho do compositor.
Sobre suas amizades afirma que embora muitos falassem numa suposta rivalidade, Adoniran Barbosa sempre foi seu amigo. Conta que uma vez perguntaram ao Adoniran sobre isso e ele respondeu “Não há rivalidade… O Paulo é erudito e eu sou pitoresco”.
Confessa que fazer samba dá trabalho, pois exige mais do intelecto que da emoção e tece elogios a Chico Buarque e Paulinho da Viola. Gosta também de Zeca Pagodinho. “Ele é um malandro do bem. Tenho certeza que é um ótimo pai de família.”
Hoje, esse grande sambista, que já passou dos 80 anos, diz ter perdido totalmente a vontade de compor. “Não haverá mais músicas minhas. Quem viu, viu. Fiz mais de 60 sambas. Já ta bom demais”.
Uma pena, pois com certeza ele ainda teria muito para contribuir a MBP. E tomara que a geração futura tenha a oportunidade de ouvir as suas belas canções. Depende unicamente de nós que isso aconteça.

Malu Pedarcini