Hoje, 18 de outubro, é o Dia do Médico. Hoje vou falar de uma médica em particular. Ela viveu no século XIX e foi a pioneira e responsável para que as mulheres pudessem cursar uma faculdade. Imagina uma mulher estudar no fim do século XIX. Não era muito comum, não é? Estudar Medicina então, nem pensar. As mulheres não iam nem ao médico, pois os conceitos de moralidade eram rígidos e deixar-se examinar, ser tocada, estava completamente fora de cogitação. Neste panorama, uma menina iria contra os costumes da época e com apenas 14 anos partiu para os Estados Unidos para estudar Medicina, visto que por aqui ainda não existia essa faculdade. Maria Augusta Generoso Estrela foi para Nova Iorque tentar vaga no Medical College and Hospital for Women (para Mulheres). A banca de seleção a recusou por não ter a idade mínima do regulamento. Em discurso inflamado convenceu os examinadores e, a 16 de outubro de 1876, obteve a matrícula. Terminou o curso em 1879, mas teve que esperar até 1881 quando completou a maioridade para poder clinicar. Maria Augusta obteve sucesso na profissão que abraçou e clinicou por anos atendendo mulheres e crianças. Sua luta foi fundamental para que em 1879, o imperador Dom Pedro II aprovasse reforma no ensino superior permitindo o ingresso de mulheres nas faculdades brasileiras. Maria Augusta morreu aos 86 anos.
Malu Pedarcini
Diário de Bordo da Malu
Espaço destinado as minhas poesias e aos meus textos, às lembranças das muitas viagens que fiz por esse mundo de Deus e fotos, muitas fotos.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Gonzaguinha, o cantor que exaltava a vida
Se ele estivesse vivo completaria 66 anos hoje, mas um acidente estúpido pôs fim a sua vida há 20 anos. O compositor e intérprete franzino, tímido e feinho tinha outra coisa que compensava essa falta de atributos. Ele extrapolava em talento.
Filho de um dos ícones da música brasileira, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior nasceu em 22 de setembro de 1945, no Morro de São Carlos, no Rio de Janeiro.
Filho legítimo de Luiz Gonzaga, o rei do baião, e Odaléia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil.
O Moleque Luizinho, apelido de infância, perdeu a mãe aos dois anos e foi criado pelos padrinhos.
Foi uma criança como muitas daquela época, em que as principais brincadeiras eram as pipas, as peladas no campinho, jogar bolinha de gude e soltar pião. Por conta de suas “artes” sofreu alguns acidentes na infância. Quase ficou cego de um olho por causa de uma pedrada. Com isso foi crescendo no meio da malandragem do morro, cercado pelo amor dos padrinhos que lhe ensinaram a tocar violão.
O contato com o pai famoso era esporádico, mas o gene do talento já era visível no filho do “rei do baião”. Tanto que aos 14 anos compôs sua primeira canção “Lembranças da Primavera”.
Aos 16 anos, o adolescente foi morar com o pai para poder estudar. Formou-se em Economia, mas sua praia era a música. Mais tarde ele ficou amigo de Ivan Lins e junto com ele, Aldir Blanc, Paulo Emílio e César Costa Filho criaram o M.A.U. (Movimento Artístico Universitário).
Também despertava no jovem compositor o cidadão social e político que teve mais de 54 composições barradas pela censura da ditadura.
É meus amigos! Naquele tempo os universitários apreciavam boa música e tinham bandeiras.
Casou, teve dois filhos e se separou. Junto com Ivan Lins virou apresentador do programa “Som Livre Exportação”, na TV Globo, mas várias divergências com a toda poderosa deixaram nele a imagem de “cantor rancor”.
Segundo Gonzaguinha, sua agressividade foi criada pelo sistema para ele vender mais.
Talvez as letras das suas músicas contribuíssem para isso. Uma delas, apresentada no programa de Flávio Cavalcante em 1973, no auge da ditadura dizia assim:
"Você deve aprender a baixar a cabeça e dizer sempre muito obrigado/ São palavras que ainda te deixam dizer por se homem bem disciplinado/ Deve, pois só fazer pelo bem da Nação tudo aquilo que for ordenado".
Isso foi o suficiente para gerar a maior polêmica e ele ganhar uma advertência da censura, mas o compacto gravado que estava encalhado nas prateleiras das lojas, esgotou-se em poucos dias e seu nome virou sucesso nas rádios.
Claro que teve dissabores com os milicos. A divulgação da música foi proibida em todo o território nacional e Gonzaguinha "convidado" a prestar esclarecimentos no DOPS.
Ele se tornaria assíduo por lá, por causa dos vetos as suas músicas cheias de críticas ao sistema. Mas, inteligente, ele sempre soube driblar os censores compondo canções alegóricas.
A partir de 1975 sua imagem começaria a mudar. Por conta de uma tuberculose teve que ficar de molho em casa durante oito meses e isso proporcionou a ele tempo para meditar e refletir.
Disse ele desse período: "Achei que devia retomar toda uma espontaneidade em termos de apresentação, de estar no palco como se estivesse em qualquer outro lugar".
Teve mais uma filha em 1981. Amora Pêra com a Frenética Sandra Pêra.
Daí em diante suas músicas caíram no gosto do povo, pois além da qualidade musical, a coerência e sua visão política lhe deram maturidade e experiência.
Casou-se novamente e seus últimos 12 anos de vida, passou-os ao lado de Louise Margarete Martins - a Lelete. Nos últimos anos de vida, morando em Belo Horizonte dedicava-se à música e a longos passeios de bicicleta em torno da lagoa da Pampulha. Também gostava de pesquisar novos sons dividindo-se entre longos períodos em casa e demoradas turnês de shows pelo país.
Uma dessas turnês mais memoráveis foi feita ao lado do pai, com o show "Vida de Viajante”.
Tive o privilégio de assistir a esse show, onde pai e filho mostraram o amor e a paixão que os ligava. Todas as mágoas e ressentimentos tinham ficado lá no passado e mais do que se perdoarem eles tornaram-se amigos. Um show lindo de emoção e pleno de talento.
Mas, em abril de 1991, um acidente idiota tiraria a vida desse cantor que sempre exaltou a vida (“... É bonita, é bonita, é bonita...”).
Em uma estrada, no sudoeste do Paraná, Gonzaguinha teve o azar de seu Monza bater com um caminhão que cruzou a estrada inesperadamente para entrar numa via de terra.
Calava-se ali um dos músicos mais competentes do Brasil.
Malu Pedarcini
Filho de um dos ícones da música brasileira, Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior nasceu em 22 de setembro de 1945, no Morro de São Carlos, no Rio de Janeiro.
Filho legítimo de Luiz Gonzaga, o rei do baião, e Odaléia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil.
O Moleque Luizinho, apelido de infância, perdeu a mãe aos dois anos e foi criado pelos padrinhos.
Foi uma criança como muitas daquela época, em que as principais brincadeiras eram as pipas, as peladas no campinho, jogar bolinha de gude e soltar pião. Por conta de suas “artes” sofreu alguns acidentes na infância. Quase ficou cego de um olho por causa de uma pedrada. Com isso foi crescendo no meio da malandragem do morro, cercado pelo amor dos padrinhos que lhe ensinaram a tocar violão.
O contato com o pai famoso era esporádico, mas o gene do talento já era visível no filho do “rei do baião”. Tanto que aos 14 anos compôs sua primeira canção “Lembranças da Primavera”.
Aos 16 anos, o adolescente foi morar com o pai para poder estudar. Formou-se em Economia, mas sua praia era a música. Mais tarde ele ficou amigo de Ivan Lins e junto com ele, Aldir Blanc, Paulo Emílio e César Costa Filho criaram o M.A.U. (Movimento Artístico Universitário).
Também despertava no jovem compositor o cidadão social e político que teve mais de 54 composições barradas pela censura da ditadura.
É meus amigos! Naquele tempo os universitários apreciavam boa música e tinham bandeiras.
Casou, teve dois filhos e se separou. Junto com Ivan Lins virou apresentador do programa “Som Livre Exportação”, na TV Globo, mas várias divergências com a toda poderosa deixaram nele a imagem de “cantor rancor”.
Segundo Gonzaguinha, sua agressividade foi criada pelo sistema para ele vender mais.
Talvez as letras das suas músicas contribuíssem para isso. Uma delas, apresentada no programa de Flávio Cavalcante em 1973, no auge da ditadura dizia assim:
"Você deve aprender a baixar a cabeça e dizer sempre muito obrigado/ São palavras que ainda te deixam dizer por se homem bem disciplinado/ Deve, pois só fazer pelo bem da Nação tudo aquilo que for ordenado".
Isso foi o suficiente para gerar a maior polêmica e ele ganhar uma advertência da censura, mas o compacto gravado que estava encalhado nas prateleiras das lojas, esgotou-se em poucos dias e seu nome virou sucesso nas rádios.
Claro que teve dissabores com os milicos. A divulgação da música foi proibida em todo o território nacional e Gonzaguinha "convidado" a prestar esclarecimentos no DOPS.
Ele se tornaria assíduo por lá, por causa dos vetos as suas músicas cheias de críticas ao sistema. Mas, inteligente, ele sempre soube driblar os censores compondo canções alegóricas.
A partir de 1975 sua imagem começaria a mudar. Por conta de uma tuberculose teve que ficar de molho em casa durante oito meses e isso proporcionou a ele tempo para meditar e refletir.
Disse ele desse período: "Achei que devia retomar toda uma espontaneidade em termos de apresentação, de estar no palco como se estivesse em qualquer outro lugar".
Teve mais uma filha em 1981. Amora Pêra com a Frenética Sandra Pêra.
Daí em diante suas músicas caíram no gosto do povo, pois além da qualidade musical, a coerência e sua visão política lhe deram maturidade e experiência.
Casou-se novamente e seus últimos 12 anos de vida, passou-os ao lado de Louise Margarete Martins - a Lelete. Nos últimos anos de vida, morando em Belo Horizonte dedicava-se à música e a longos passeios de bicicleta em torno da lagoa da Pampulha. Também gostava de pesquisar novos sons dividindo-se entre longos períodos em casa e demoradas turnês de shows pelo país.
Uma dessas turnês mais memoráveis foi feita ao lado do pai, com o show "Vida de Viajante”.
Tive o privilégio de assistir a esse show, onde pai e filho mostraram o amor e a paixão que os ligava. Todas as mágoas e ressentimentos tinham ficado lá no passado e mais do que se perdoarem eles tornaram-se amigos. Um show lindo de emoção e pleno de talento.
Mas, em abril de 1991, um acidente idiota tiraria a vida desse cantor que sempre exaltou a vida (“... É bonita, é bonita, é bonita...”).
Em uma estrada, no sudoeste do Paraná, Gonzaguinha teve o azar de seu Monza bater com um caminhão que cruzou a estrada inesperadamente para entrar numa via de terra.
Calava-se ali um dos músicos mais competentes do Brasil.
Malu Pedarcini
domingo, 14 de agosto de 2011
Tributo ao meu pai
Todo filho acha que seu pai é um herói e ele nem precisa ter superpoderes para isso. O meu pai era assim, doce, compreensivo, amigo, protetor.
Tinha pouco estudo, mas era um sábio. Éramos muito pobres e os poucos presentes que ganhei na vida foram livros. Lembro-me que no dia que fiz nove anos, ganhei dele uma coleção inteira com 12 livros de histórias. Foi um dos dias mais felizes da minha vida e também da dele, pois sabia como eu amava os livros. Acho que ele ficou um tempão juntando dinheiro para me dar aquele presente e talvez por isso, passado tantos anos, aqueles livros infantis são como uma relíquia para mim e estão em um lugar de destaque na minha estante.
Meu pai era uma pessoa simples, humilde e, no entanto tão grande de caráter, de generosidade e de amor pelos filhos.
Ele foi embora cedo, eu era uma menina quando ele partiu, mas sua imagem e seus ensinamentos estão guardados para sempre dentro do meu coração.
Um dia vamos nos encontrar novamente e sei que vai ser um encontro de alegria, de fortes emoções, como deve ser sempre o relacionamento entre pai e filha.
Obrigada pai por ter me mostrado o caminho, por ter moldado minha personalidade, por me fazer forte e ter sempre acreditado em mim.
Malu Pedarcini
Tinha pouco estudo, mas era um sábio. Éramos muito pobres e os poucos presentes que ganhei na vida foram livros. Lembro-me que no dia que fiz nove anos, ganhei dele uma coleção inteira com 12 livros de histórias. Foi um dos dias mais felizes da minha vida e também da dele, pois sabia como eu amava os livros. Acho que ele ficou um tempão juntando dinheiro para me dar aquele presente e talvez por isso, passado tantos anos, aqueles livros infantis são como uma relíquia para mim e estão em um lugar de destaque na minha estante.
Meu pai era uma pessoa simples, humilde e, no entanto tão grande de caráter, de generosidade e de amor pelos filhos.
Ele foi embora cedo, eu era uma menina quando ele partiu, mas sua imagem e seus ensinamentos estão guardados para sempre dentro do meu coração.
Um dia vamos nos encontrar novamente e sei que vai ser um encontro de alegria, de fortes emoções, como deve ser sempre o relacionamento entre pai e filha.
Obrigada pai por ter me mostrado o caminho, por ter moldado minha personalidade, por me fazer forte e ter sempre acreditado em mim.
Malu Pedarcini
segunda-feira, 4 de julho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
Noite madrilenha
Quando pensei que o dia tinha terminado eis que a Bia bate na porta do meu quarto me convidando para sair. Queria voltar em frente à Plaza de Toros para comprar camisetas no camelô. E lá fomos, eu e ela pela cidade novamente. Fomos andando (haja pernas) e no caminho cruzamos com uma multidão. Era o pessoal saindo das touradas. Começamos a reparar nos modelitos das mulheres e observamos que quase todas vestiam roupas estampadas e em tons de pink (rosa-choque). Acho que era a tendência desse ano por lá. Compramos algumas camisetas e voltamos. Madri a noite é uma festa. Os calçadões ou pietones como são chamados, fervilham de gente. Sentados nas praças, jovens e velhinhos jogando conversa fora ou bebericando. Chegamos ao hotel e saimos de novo para comprarmos algo para comermos. Comemos, isto é, ceamos e fomos tomar banho, isso tudo já passava da uma hora da madrugada.
Malu Pedarcini
Malu Pedarcini
sábado, 11 de junho de 2011
Conhecendo Madri à pé
Fonte das Cibeles, em Madri
Palácio Real - Madri
Jardins do Palácio Real - Madri
Plaza de La Villa - Madri
Fomos almoçar bem pertinho do hotel e comemos uma bisteca enorme de vitela acompanhada com batatas fritas. Ficamos alimentadas por pelo menos umas oito horas. Também tínhamos pedido como entrada uma salada mista e nos servimos em pratos individuais. Percebemos que todos os garçons nos observavam com indisfarçável interesse e adivinhem o por quê? É que, pelo que pudemos notar, as pessoas se serviam diretamente da saladeira, ou seja, todo mundo enfiava o garfo e ia comendo ao mesmo tempo. Acho que nos acharam umas frescas, mas hábito é hábito.
Após o almoço fomos bater pernas. Caminhamos até o Palácio Real, quase duas horas de andança e fotografias mil. Na volta quase tive um ataque apoplético, perdi o filme com todas as fotos que tinha tirado na ida. Estava no meu bolso e caiu sem que eu percebesse. Procuramos por tudo e não encontramos nada.
E agora, o que fazer? Não podia perder todas aquelas fotos. Claro, resolvi retornar fazendo o mesmo trajeto e fotografando tudo novamente. A Sandra, coitada, em solidariedade, resolveu me acompanhar. Como a Dona Lydia já estava cansada a Bia retornou de metrô com ela ao hotel. Resumindo, três horas depois eu e Sandra chegamos ao hotel quase mortas, mas valeu o sacrifício.
Malu Pedarcini
terça-feira, 7 de junho de 2011
Flanando por Madri
Acordamos no domingo no horário combinado e descemos para tomar o café da manhã, o tal café continental (café com leite, torradas, geléias, pães doces e salgados, manteiga e um suco de laranja artificial com gosto de Tang). Se comparado aos cafés servidos nos hotéis brasileiros era até bem modesto.
Saimos às 9h para conhecermos Madri.
Fomos até a Plaza de Toros, onde realizam-se aqueles espetáculos abomináveis, dos quais tenho verdadeiro horror. Como um povo que se diz tão culto, tão esclarecido, pode apreciar uma barbárie dessas.
Seguimos depois para uma visita ao Museu do Prado, esse sim, um lugar digno de ser visitado. Apreciamos obras maravilhosas, pinturas do período clássico tais como Goya, El Grecco, Tintoretto, Ticiano, Velasquez e Rubens. São mais de sete mil obras, uma loucura. Amei.
O guia Juan José que nos acompanhou no museu não largou do meu pé. Todo minuto segurava o meu braço e perguntava se eu estava entendendo suas explicações e quando falava seu olhar se direcionava diretamente para meus olhos como se estivesse explicando para mim somente. Isso foi a conta, as meninas começaram a maior tiração de sarro. E depois na rua, segundo elas, um rapaz passou por mim e jogou um beijo, aí sim elas me atormentaram até. E eu, boboca, nem reparei no tal rapaz.
Dali, fomos conhecer o monumento em homenagem ao descobridor das Américas, Cristovão Colombo e após voltamos ao hotel. Contratamos um passeio opcional para o Vale de Los Caídos, porém como a adesão foi pequena o passeio foi cancelado e nos devolveram o dinheiro.
Malu Pedarcini
Saimos às 9h para conhecermos Madri.
Fomos até a Plaza de Toros, onde realizam-se aqueles espetáculos abomináveis, dos quais tenho verdadeiro horror. Como um povo que se diz tão culto, tão esclarecido, pode apreciar uma barbárie dessas.
Seguimos depois para uma visita ao Museu do Prado, esse sim, um lugar digno de ser visitado. Apreciamos obras maravilhosas, pinturas do período clássico tais como Goya, El Grecco, Tintoretto, Ticiano, Velasquez e Rubens. São mais de sete mil obras, uma loucura. Amei.
O guia Juan José que nos acompanhou no museu não largou do meu pé. Todo minuto segurava o meu braço e perguntava se eu estava entendendo suas explicações e quando falava seu olhar se direcionava diretamente para meus olhos como se estivesse explicando para mim somente. Isso foi a conta, as meninas começaram a maior tiração de sarro. E depois na rua, segundo elas, um rapaz passou por mim e jogou um beijo, aí sim elas me atormentaram até. E eu, boboca, nem reparei no tal rapaz.
Dali, fomos conhecer o monumento em homenagem ao descobridor das Américas, Cristovão Colombo e após voltamos ao hotel. Contratamos um passeio opcional para o Vale de Los Caídos, porém como a adesão foi pequena o passeio foi cancelado e nos devolveram o dinheiro.
Malu Pedarcini
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Um primeiro dia dos mais movimentados
Desembarcamos em Madri às 12h30, horário local, em um sábado ensolarado. Às 13h30 já estávamos no Hotel Convencion, onde ficamos hospedadas. Ao nos registrarmos na recepção soubemos de uma excursão para Toledo que sairia do hotel as 14 horas. Corremos para nossos quartos, guardamos as bagagens e demos uma geral, ou seja, um banho de gato e saimos belas e faceiras em direção a Toledo.
No caminho de volta ainda paramos para conhecer o verdadeiro artesanato damasquino (ferro bordado com ouro e prata) e pudemos admirar lindas porcelanas. Comprei dois brincos de damasquino maravilhosos.
Ao chegar a Madri o guia em vez de nos deixar no hotel desembarcou na agência de turismo e tivemos que tomar o metrô para voltarmos ao hotel. Nos assustamos com a aparência da estação do metrô, é tudo muito velho: os trens, as escadas rolantes que fazem um barulhão enorme, dá até medo.
Chegamos ao hotel, quase 20h e ainda com sol, pois anoitece muito tarde. Tomamos banho, descansamos um pouquinho e saimos para jantar. Dona Lydia não quis ir conosco, preferiu ficar descansando no hotel.
Saimos andando por Madri, que durante a noite é muito bonita. Entramos em uma mercearia e compramos uma Fanta limão família e depois fomos até uma pizzaria onde compramos uma pizza enorme de muzzarella. A pizza não tinha orégano, nem tampouco gosto de muzzarella, mas mesmo assim estava deliciosa.
Levamos para o hotel e fizemos a maior farofada no quarto. Isto é, ceamos, pois já passava da meia-noite. Após nos deliciarmos com a pizza descemos até a recepção e pedimos que nos acordassem as 7h30 da manhã. Em seguida fomos deitar, desfrutar o sono dos justos e dos cansados também.
Malu Pedarcini
Um restaurante a caminho de Toledo
Nos encantamos com a cidade de Toledo que guarda tanta história e é pródiga em beleza. É uma cidade linda e sua parte antiga tem muitas muralhas construídas pelos árabes que dominaram a região por longo período.As muralhas da cidade de Toledo
A cidade é rica em contrastes uma vez que sofreu influências de árabes, judeus e cristãos. Isso está marcado na arquitetura, sobretudo nas sinagogas, mesquitas e igrejas, em razão desse sincretismo religioso. Esses povos conviviam pacificamente e não havia dominação sobre essa ou aquela religião.Catedral de Toledo
Catedral de Toledo
A maioria dos templos tem estilo gótico e renascentista. Após conhecermos essa interessante cidade, retornamos à Madri onde chegamos por volta das 19 horas.No caminho de volta ainda paramos para conhecer o verdadeiro artesanato damasquino (ferro bordado com ouro e prata) e pudemos admirar lindas porcelanas. Comprei dois brincos de damasquino maravilhosos.
Ao chegar a Madri o guia em vez de nos deixar no hotel desembarcou na agência de turismo e tivemos que tomar o metrô para voltarmos ao hotel. Nos assustamos com a aparência da estação do metrô, é tudo muito velho: os trens, as escadas rolantes que fazem um barulhão enorme, dá até medo.
Chegamos ao hotel, quase 20h e ainda com sol, pois anoitece muito tarde. Tomamos banho, descansamos um pouquinho e saimos para jantar. Dona Lydia não quis ir conosco, preferiu ficar descansando no hotel.
Saimos andando por Madri, que durante a noite é muito bonita. Entramos em uma mercearia e compramos uma Fanta limão família e depois fomos até uma pizzaria onde compramos uma pizza enorme de muzzarella. A pizza não tinha orégano, nem tampouco gosto de muzzarella, mas mesmo assim estava deliciosa.
Levamos para o hotel e fizemos a maior farofada no quarto. Isto é, ceamos, pois já passava da meia-noite. Após nos deliciarmos com a pizza descemos até a recepção e pedimos que nos acordassem as 7h30 da manhã. Em seguida fomos deitar, desfrutar o sono dos justos e dos cansados também.
Malu Pedarcini
domingo, 29 de maio de 2011
Rumo ao Velho Mundo
Embarcamos no Aeroporto Internacional de Guarulhos (foto) às 20h e nossos amigos Lauro, Kurt, Ivani e Joceli foram nos levar ao aeroporto. Os parentes da Sandra também foram para se despedir.
Tomamos nossos lugares no avião, um Boing da Ibéria, e após 35 minutos aterrissamos no Rio. Ao chegarmos ao Rio um dos comissários cometeu uma gafe dizendo que os passageiros deveriam desembarcar. Aproximadamente 90% pegaram a bagagem e quando já estava aquele tumulto, todos querendo sair ao mesmo tempo, tiveram que retornar e voltar aos seus assentos, pois a informação sobre o desembarque não procedia. Nós ficamos na nossa, bem quietinhas, sentadas nos nossos lugares, pois desconfiamos que o comissário havia dito uma bobagem. Após o esclarecimento todos se sentaram e o voo pode ser reiniciado.
Por falar em comissários, nunca tínhamos visto nenhum com idades tão elevadas como os da Ibéria. Eram velhuscos, coroas mesmo.
Decolamos do Rio às 22h30 e ceamos sobre o Atlântico à meia-noite. O voo durou 9h30 e talvez em razão da nossa expectativa pelo que encontraríamos ao chegar por lá, até que passou rápido.
Malu Pedarcini
Tomamos nossos lugares no avião, um Boing da Ibéria, e após 35 minutos aterrissamos no Rio. Ao chegarmos ao Rio um dos comissários cometeu uma gafe dizendo que os passageiros deveriam desembarcar. Aproximadamente 90% pegaram a bagagem e quando já estava aquele tumulto, todos querendo sair ao mesmo tempo, tiveram que retornar e voltar aos seus assentos, pois a informação sobre o desembarque não procedia. Nós ficamos na nossa, bem quietinhas, sentadas nos nossos lugares, pois desconfiamos que o comissário havia dito uma bobagem. Após o esclarecimento todos se sentaram e o voo pode ser reiniciado.
Por falar em comissários, nunca tínhamos visto nenhum com idades tão elevadas como os da Ibéria. Eram velhuscos, coroas mesmo.
Decolamos do Rio às 22h30 e ceamos sobre o Atlântico à meia-noite. O voo durou 9h30 e talvez em razão da nossa expectativa pelo que encontraríamos ao chegar por lá, até que passou rápido.
Malu Pedarcini
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Alçando voos mais longos
Em 1991 resolvi que já era hora de conhecer a Europa. Então, acompanhada de minhas amigas Beatriz e Sandra e de Dona Lydia, mãe da Bia e minha segunda mãe, embarcamos para o Velho Mundo.
Dizem que o melhor da viagem vem antes. Eu não chegaria a afirmar isso, mas o planejamento, as pesquisas que fazemos dos lugares que queremos conhecer, bem como a expectativa de conhecer coisas novas e encontrar surpresas pelo caminho é muito gostoso.
Como seria a nossa primeira viagem para a Europa, a vontade era conhecer tudo, só que isso se tornou inviável pois tínhamos apenas 33 dias de férias e os lugares que gostaríamos de estar eram muitos.
Fizemos a opção por uma excursão, em função da barreira da língua, uma vez que nenhuma de nós dominava o inglês. Optamos por conhecer as capitais, pois não conhecíamos nada da Europa e seria um começo. Afinal, tudo seria novidade. E assim, após pesquisarmos preços e roteiros embarcamos dia 06/09/1991, em nossa primeira incursão pelo dito Velho Mundo.
Malu Pedarcini
Dizem que o melhor da viagem vem antes. Eu não chegaria a afirmar isso, mas o planejamento, as pesquisas que fazemos dos lugares que queremos conhecer, bem como a expectativa de conhecer coisas novas e encontrar surpresas pelo caminho é muito gostoso.
Como seria a nossa primeira viagem para a Europa, a vontade era conhecer tudo, só que isso se tornou inviável pois tínhamos apenas 33 dias de férias e os lugares que gostaríamos de estar eram muitos.
Fizemos a opção por uma excursão, em função da barreira da língua, uma vez que nenhuma de nós dominava o inglês. Optamos por conhecer as capitais, pois não conhecíamos nada da Europa e seria um começo. Afinal, tudo seria novidade. E assim, após pesquisarmos preços e roteiros embarcamos dia 06/09/1991, em nossa primeira incursão pelo dito Velho Mundo.
Malu Pedarcini
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Na Ilha Grande
Ainda em 1989 fui com meus eternos amigos para a Ilha Grande, no Rio de Janeiro. Foi uma aventura e tanto. Fomos com uma japonesa, amiga da Ivani, a Keiko. A família dela tinha uma pousada lá na ilha, um negócio assim bem rústico, mas o que faltava em infraestrutura sobrava em beleza.
Descemos até Angra de ônibus e depois pegamos um barco de pescadores até a Praia do Bananal, onde ficava a pousada.
Ficamos em quartos comunitários com beliches, um aperto só.
O banheiro era coletivo e a água fria. Sorte que estava calor. Luz elétrica só por gerador e até as 22 horas.
Ainda assim valeu cada minuto naquele paraíso. Com uma paisagem exuberante, um mar transparente e com direito a caminhada por trilhas pela Mata Atlântica.
Na hora do café da manhã era o maior barato. Na mesa enorme, ao ar livre, mais de 30 pessoas, todos turistas, sentados lado a lado em perfeita comunhão, não somente com o pão dividido, mas com a natureza. Tudo na mais perfeita harmonia.
Um dia pegamos um barco e fomos para as praias de Freguesia de Dentro e Freguesia de Fora, do outro lado da ilha.
Neste dia o almoço foi peixe pescado na hora e assado em uma churrasqueira improvisada na praia. Senti-me a própria Robinson Crusoé.
Ficamos por quatro dias naquele paraíso e na volta nosso amigo Ricardo teve um piriri e como no barco não tinha banheiro tiveram que evacuar os fundos para ele poder fazer suas necessidades. Ao voltarmos espalhamos para todo mundo que ele tinha ficado com o vento a favor e poluído a Baia da Ilha Grande matando todos os peixes.
Ele quis nos matar, mas depois passou.
Malu Pedarcini
Descemos até Angra de ônibus e depois pegamos um barco de pescadores até a Praia do Bananal, onde ficava a pousada.
Ficamos em quartos comunitários com beliches, um aperto só.
O banheiro era coletivo e a água fria. Sorte que estava calor. Luz elétrica só por gerador e até as 22 horas.
Ainda assim valeu cada minuto naquele paraíso. Com uma paisagem exuberante, um mar transparente e com direito a caminhada por trilhas pela Mata Atlântica.
Na hora do café da manhã era o maior barato. Na mesa enorme, ao ar livre, mais de 30 pessoas, todos turistas, sentados lado a lado em perfeita comunhão, não somente com o pão dividido, mas com a natureza. Tudo na mais perfeita harmonia.
Um dia pegamos um barco e fomos para as praias de Freguesia de Dentro e Freguesia de Fora, do outro lado da ilha.
Neste dia o almoço foi peixe pescado na hora e assado em uma churrasqueira improvisada na praia. Senti-me a própria Robinson Crusoé.
Ficamos por quatro dias naquele paraíso e na volta nosso amigo Ricardo teve um piriri e como no barco não tinha banheiro tiveram que evacuar os fundos para ele poder fazer suas necessidades. Ao voltarmos espalhamos para todo mundo que ele tinha ficado com o vento a favor e poluído a Baia da Ilha Grande matando todos os peixes.
Ele quis nos matar, mas depois passou.
Malu Pedarcini
domingo, 15 de maio de 2011
Augusto Boal: o homem que revolucionou o teatro
"Damos pequenos passos, mas é com pequenos passos que se iniciam as longas caminhadas. Obtemos vitórias simbólicas: mas sem os símbolos, o que seria da civilização?"
O dono dessas frases revolucionou o teatro brasileiro. O ensaísta e dramaturgo Augusto Pinto Boal, foi além na forma de apresentação nos palcos. De um lugar aonde as pessoas iam para assistir, ele fez com que a plateia se comunicasse com os atores. O tradicionalismo deu lugar à participação, onde havia a interferência do público.
Esse carioca, filho de pais portugueses, cursou Química para agradar ao pai, mas na realidade seu mundo girava em torno das Artes.
Idealizou o Teatro do Oprimido, que teve como referência a Pedagogia do Oprimido do educador Paulo Freire.
O início da carreira aconteceu em 1956, como diretor do Teatro de Arena de São Paulo. No ano de 1971, em plena ditadura militar, foi preso e exilado.
Sua estada em Paris foi das mais produtivas. Lá fundou o Centro de Teatro do Oprimido em 1979 e espalhou a técnica para a América do Sul, Europa e Estados Unidos.
Voltou ao Brasil em 1986 e ao lado do sociólogo e antropólogo Darcy Ribeiro fundou a Fábrica de Teatro Popular, que passou a fazer oficinas em presídios e comunidades carentes.
Respeitado aqui e no exterior, teve suas obras traduzidas para mais de 25 línguas.
Firme e participativo, sua atuação frente ao Teatro de Arena foi fundamental na consolidação do teatro no Brasil. O reconhecimento veio em forma de prêmios como o Officier de l'Ordre des Arts et des Lettres, outorgado pelo Ministério da Cultura e da Comunicação da França, em 1981, e a Medalha Pablo Picasso, atribuída pela Unesco em 1994 e a nomeação como embaixador mundial do teatro pela Unesco, em 2009.
Neste mês de maio é aniversário de sua morte. Há dois anos Augusto Boal morria aos 78 anos, vítima de leucemia. Coincidentemente, no mesmo dia que morreu Paulo Freire, que tanto o inspirou.
Malu Pedarcini
O dono dessas frases revolucionou o teatro brasileiro. O ensaísta e dramaturgo Augusto Pinto Boal, foi além na forma de apresentação nos palcos. De um lugar aonde as pessoas iam para assistir, ele fez com que a plateia se comunicasse com os atores. O tradicionalismo deu lugar à participação, onde havia a interferência do público.
Esse carioca, filho de pais portugueses, cursou Química para agradar ao pai, mas na realidade seu mundo girava em torno das Artes.
Idealizou o Teatro do Oprimido, que teve como referência a Pedagogia do Oprimido do educador Paulo Freire.
O início da carreira aconteceu em 1956, como diretor do Teatro de Arena de São Paulo. No ano de 1971, em plena ditadura militar, foi preso e exilado.
Sua estada em Paris foi das mais produtivas. Lá fundou o Centro de Teatro do Oprimido em 1979 e espalhou a técnica para a América do Sul, Europa e Estados Unidos.
Voltou ao Brasil em 1986 e ao lado do sociólogo e antropólogo Darcy Ribeiro fundou a Fábrica de Teatro Popular, que passou a fazer oficinas em presídios e comunidades carentes.
Respeitado aqui e no exterior, teve suas obras traduzidas para mais de 25 línguas.
Firme e participativo, sua atuação frente ao Teatro de Arena foi fundamental na consolidação do teatro no Brasil. O reconhecimento veio em forma de prêmios como o Officier de l'Ordre des Arts et des Lettres, outorgado pelo Ministério da Cultura e da Comunicação da França, em 1981, e a Medalha Pablo Picasso, atribuída pela Unesco em 1994 e a nomeação como embaixador mundial do teatro pela Unesco, em 2009.
Neste mês de maio é aniversário de sua morte. Há dois anos Augusto Boal morria aos 78 anos, vítima de leucemia. Coincidentemente, no mesmo dia que morreu Paulo Freire, que tanto o inspirou.
Malu Pedarcini
terça-feira, 10 de maio de 2011
Em Cabo Frio
A patota toda no hotel em Cabo Frio
Em 1991 eu e a “tiurma” fomos para Cabo Frio. Foi nessa viagem que conhecemos a Luisa, que se tornaria uma das nossas melhores amigas. Ela se encantou com o Edison que tinha ido conosco e fez de tudo para conquistá-lo. A Ivani em seu excesso de imaginação contou para ela que éramos todos viúvos, que nossos cônjuges tinham morrido em um acidente coletivo e ela acreditou piamente na história. Ficou o tempo todo tentando consolar o Edison e nós dando a maior força. Ainda dizíamos para ela que deixaríamos o Edison namorá-la, pois tínhamos simpatizado com ela, pois do contrário ela não chegaria nem perto dele. A Luisa era divorciada e tinha um filho de quatro anos, o Danilo, que viemos a conhecer posteriormente. Eu, Luisa e Edison (foto atual)
Pois bem! Eles começaram a namorar e no princípio ela vinha de Sorocaba onde residia, para São Paulo e ficava na minha casa. Depois passou a dormir na casa do Edison, mas me deixou antenada se caso alguém da família dela ligasse para eu dizer que ela estava hospedada em minha casa. Esse namoro rendeu e hoje eles estão casados e tem um filhinho de 10 anos, o Luiz Henrique.
Malu Pedarcini
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Arquipélago Gulag
Para quem preza a liberdade, ler o livro “Arquipélago Gulag” é um exercício de coragem. Escrito por Alexander Soljenítsin entre 1958 a 1967, a obra de 1800 páginas relata a sua experiência nos gulags (campos de concentração e trabalho forçado na antiga União Soviética).
Durante mais de uma década Soljenítsin esteve preso em Kolima, um dos campos do arquipélago, por ter feito críticas ao governo do ditador Josef Stálin.
O livro, publicado no Ocidente somente em 1973, traz à tona as atrocidades praticadas pelo potente braço armado de Stálin. Ele mostra em toda a sua crueza os métodos nada ortodoxos de coação e tortura.
Em certa parte do livro o autor lista esses métodos que deixariam até a pessoa mais insensível trêmula.
A obra também traz depoimentos dos 227 prisioneiros e reproduz conversas ouvidas pelo autor durante sua estada no Kolima.
Para quem não conhece a História, poderia imaginar-se diante de um livro de terror, com tudo que isso implica. Historiadores comparam esse período por qual passou Soljenítsin aos da Inquisição na Idade Média.
É um livro para ser lido por quem tem sangue-frio o bastante para fazer uma interpretação correta, pois suas páginas trazem histórias de vidas destruídas por anos de humilhação, tortura e falta de dignidade humana.
Logo na dedicatória você terá um exemplo disso, pois Soljenítisin diz:
"Dedico este livro a todos quantos a vida não chegou para o relatar. Que eles me perdoem não ter visto tudo, não ter recordado tudo, não me ter apercebido de tudo."
Ler “Arquipélago Gulag” é entender que o mais importante para o ser humano é a liberdade. Liberdade essa, não somente física, mas de ideias, de pensamentos.
Malu Pedarcini
Durante mais de uma década Soljenítsin esteve preso em Kolima, um dos campos do arquipélago, por ter feito críticas ao governo do ditador Josef Stálin.
O livro, publicado no Ocidente somente em 1973, traz à tona as atrocidades praticadas pelo potente braço armado de Stálin. Ele mostra em toda a sua crueza os métodos nada ortodoxos de coação e tortura.
Em certa parte do livro o autor lista esses métodos que deixariam até a pessoa mais insensível trêmula.
A obra também traz depoimentos dos 227 prisioneiros e reproduz conversas ouvidas pelo autor durante sua estada no Kolima.
Para quem não conhece a História, poderia imaginar-se diante de um livro de terror, com tudo que isso implica. Historiadores comparam esse período por qual passou Soljenítsin aos da Inquisição na Idade Média.
É um livro para ser lido por quem tem sangue-frio o bastante para fazer uma interpretação correta, pois suas páginas trazem histórias de vidas destruídas por anos de humilhação, tortura e falta de dignidade humana.
Logo na dedicatória você terá um exemplo disso, pois Soljenítisin diz:
"Dedico este livro a todos quantos a vida não chegou para o relatar. Que eles me perdoem não ter visto tudo, não ter recordado tudo, não me ter apercebido de tudo."
Ler “Arquipélago Gulag” é entender que o mais importante para o ser humano é a liberdade. Liberdade essa, não somente física, mas de ideias, de pensamentos.
Malu Pedarcini
sábado, 30 de abril de 2011
A volta com faixa e tudo
Em Buenos Aires fomos conhecer também o bairro de Caminito, de Corrientes, a avenida 9 de Julho, a Calle Florida, a Plaza de Mayo, o Bosque de Palermo, etc.
Comemos muito chorizo, um corte de carne tipicamente argentino, uma delícia. E também fizemos muitas compras de malhas, puloveres, cachecois.
Antes de vir embora eu, Bia, Aninha e Zacca ligamos para a Varig para confirmar nossas passagens de volta por causa do overbooking. A Sandra e a Joceli não quiseram confirmar a delas e disseram que não era preciso. Aí já viu o que aconteceu né? Fomos para o aeroporto e só nós quatro conseguimos embarcar, elas tiveram que voltar para o hotel e vir no dia seguinte.
Ao desembarcarmos no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, vimos umas pessoas lá fora com faixa, um fuzuê danado e achamos que no voo também havia alguma celebridade. Nem percebemos que era prá nós.
Só quando chegamos pertinho vimos que eram nossos amigos Edson, Ricardo, Ada, Ivani e Beto que tinham ido nos nos buscar e trouxeram uma faixa de boas vindas.
Os olhares de quem passava pelo local me deixaram morta de vergonha. Ah, esses meninos! Sempre aprontando.
Malu Pedarcini
Comemos muito chorizo, um corte de carne tipicamente argentino, uma delícia. E também fizemos muitas compras de malhas, puloveres, cachecois.
Antes de vir embora eu, Bia, Aninha e Zacca ligamos para a Varig para confirmar nossas passagens de volta por causa do overbooking. A Sandra e a Joceli não quiseram confirmar a delas e disseram que não era preciso. Aí já viu o que aconteceu né? Fomos para o aeroporto e só nós quatro conseguimos embarcar, elas tiveram que voltar para o hotel e vir no dia seguinte.
Ao desembarcarmos no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, vimos umas pessoas lá fora com faixa, um fuzuê danado e achamos que no voo também havia alguma celebridade. Nem percebemos que era prá nós.
Só quando chegamos pertinho vimos que eram nossos amigos Edson, Ricardo, Ada, Ivani e Beto que tinham ido nos nos buscar e trouxeram uma faixa de boas vindas.
Os olhares de quem passava pelo local me deixaram morta de vergonha. Ah, esses meninos! Sempre aprontando.
Malu Pedarcini
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Uma noite memorável
Embarcamos no dia seguinte para Buenos Aires em um voo das Aerolíneas Argentinas. Estávamos na maior expectativa em conhecer a cidade do tango.
Buenos Aires (Bom Ares em português) é a capital federal da República Argentina e a terceira maior cidade da América do Sul.
É um dos mais importantes centros culturais da Argentina e da América Latina e possui grande quantidade de museus, teatros e bibliotecas.
Os shows de tango são um dos principais atrativos da cidade, até porque constituem uma das características mais afamadas da cultura argentina. São muitas as casas de espetáculos que apresentam shows variados de dança e música, muito procurados por quem faz turismo na cidade.
E foi numa dessas casas de tango, chamada Tango Mio, que eu, Sandra e Joceli fomos numa noite. Os demais não quiseram ir e foram jantar numa churrascaria tipicamente argentina. Essa casa noturna tinha em seu cast o famoso artista portenho Fernando Soller que cantava e dançava, dando um show que nos deixou encantadas.
Na nossa mesa tudo da melhor qualidade, tanto a carne servida com fartura quanto o vinho de excelente procedência. E nós naquele entusiasmo fomos bebendo uma garrafa após outra. Prá quem não está acostumada a tomar mais que um cálice, aquilo foi nos deixando um tanto “alegrinhas”.
Para culminar, Fernando Soller em pessoa veio até nossa mesa para brindarmos com champanhe. Acho que naquele momento fomos invejadas por todos os presentes, visto que aquele homem lindo fez um brinde a nós três.
Aproveitamos e pedimos para tirar uma foto e depois a Joceli ficou brava porque ela que pediu para tirar a foto e ele me abraçou, mas juro que não tive nada com isso. Foi ele que se aproximou de mim e colocou a mão na minha cintura. Voltamos para o hotel leves e felizes e claro um tanto “altas” em função de tanto vinho e champanhe. Aliás, até hoje não lembro como chegamos ao hotel. Só sei que ríamos muito e acabamos acordando os outros. No outro dia o Zacca nos censurou pelos nossos excessos alcoólicos. Mas foi uma das noites mais divertidas que já tivemos oportunidade de viver.
Malu Pedarcini
Buenos Aires (Bom Ares em português) é a capital federal da República Argentina e a terceira maior cidade da América do Sul.
É um dos mais importantes centros culturais da Argentina e da América Latina e possui grande quantidade de museus, teatros e bibliotecas.
Os shows de tango são um dos principais atrativos da cidade, até porque constituem uma das características mais afamadas da cultura argentina. São muitas as casas de espetáculos que apresentam shows variados de dança e música, muito procurados por quem faz turismo na cidade.
E foi numa dessas casas de tango, chamada Tango Mio, que eu, Sandra e Joceli fomos numa noite. Os demais não quiseram ir e foram jantar numa churrascaria tipicamente argentina. Essa casa noturna tinha em seu cast o famoso artista portenho Fernando Soller que cantava e dançava, dando um show que nos deixou encantadas.
Na nossa mesa tudo da melhor qualidade, tanto a carne servida com fartura quanto o vinho de excelente procedência. E nós naquele entusiasmo fomos bebendo uma garrafa após outra. Prá quem não está acostumada a tomar mais que um cálice, aquilo foi nos deixando um tanto “alegrinhas”.
Para culminar, Fernando Soller em pessoa veio até nossa mesa para brindarmos com champanhe. Acho que naquele momento fomos invejadas por todos os presentes, visto que aquele homem lindo fez um brinde a nós três.
Aproveitamos e pedimos para tirar uma foto e depois a Joceli ficou brava porque ela que pediu para tirar a foto e ele me abraçou, mas juro que não tive nada com isso. Foi ele que se aproximou de mim e colocou a mão na minha cintura. Voltamos para o hotel leves e felizes e claro um tanto “altas” em função de tanto vinho e champanhe. Aliás, até hoje não lembro como chegamos ao hotel. Só sei que ríamos muito e acabamos acordando os outros. No outro dia o Zacca nos censurou pelos nossos excessos alcoólicos. Mas foi uma das noites mais divertidas que já tivemos oportunidade de viver.
Malu Pedarcini
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Bariloche
Eu, Sandra e Aninha, no Hotel Aconcágua, em Bariloche
Todo dia ao tomarmos nosso café da manhã no hotel, um dos garçons, um senhor distinto, nos trazia uma maçã assada com mel. Disse que só fazia aquilo para nós, pois tinha se simpatizado com a gente. Quando voltei tentei fazer em casa, mas nunca ficou com o mesmo sabor como o daquela que comíamos lá. Acho que o clima, a paisagem e as companhias ajudaram a marcar o gosto daquela iguaria deliciosa.
Uma manhã eu, Zacca e Aninha estávamos aguardando o elevador para descermos e duas camareiras nos interpelaram perguntando se éramos irmãos, pois estávamos os três no mesmo quarto. Dissemos que não, que éramos amigos e isso causou um olhar de estranheza entre elas. Acho que elas ficaram pensando que éramos uns pervertidos pelas caras que fizeram.
Ficamos ainda uns dias em Bariloche e fizemos vários passeios pelos arredores da cidade, por sinal paisagens lindíssimas.
Malu Pedarcini
domingo, 17 de abril de 2011
Flagrante
Bariloche estava literalmente invadida por estudantes. Por onde andávamos cruzávamos com um bando deles. Como todo adolescente faziam um barulho imenso, falavam alto, gargalhavam, cada qual querendo aparecer mais que o outro. No hotel em frente ao nosso tinha um desses bandos hospedados. À noite olhando pela nossa janela vimos os rapazes todos pelados e com a janela aberta. Nem se importavam se tinha gente olhando ou não. Apagamos as luzes do quarto e ficamos olhando tudo aquilo. Só que o Zacca resolveu atrapalhar, entrou no quarto subitamente e nos pegou no flagra. Fez o maior escarcéu. Resumindo, para não chamar a atenção fechamos a janela e nos furtamos de ver aquele espetáculo.
Malu Pedarcini
Malu Pedarcini
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Susto nas alturas
A subida para a primeira parada do Cerro Catedral é feita de teleférico. Lá em cima tem um restaurante giratório para os turistas se abrigarem do frio.
Chegamos e claro fomos pular na neve, fazer bonequinhos e "esquibunda" (escorregar no gelo). Divertimos-nos feito crianças. O dia estava luminoso, mas fazia um frio intenso e o vento colaborava para esfriar mais ainda.
Para esquentar fomos tomar um delicioso chocolate quente. Eles colocam pedacinhos de chocolate no leite fervendo, é uma delícia.
Aí, eu e Sandra (foto) decidimos subir até a última parada a 2.400 metros. Os demais resolveram nos esperar no restaurante, pois não quiseram enfrentar o frio. Pegamos outro teleférico e fomos subindo. É de tirar o fôlego a vista lá de cima, o lago azulado e a vegetação verdinha entremeada com a brancura da neve. Senti-me como se estivesse visitando o Papai Noel.
Chegamos ao cume duras de frio e demos uma voltinha para fotografar. De repente um esquiador passou a milímetros de mim e o vácuo provocado quase me derrubou no abismo.
A Sandra se assustou e eu com as pernas bambas sentei para me recuperar. Com o coração aos pulos decidimos descer antes que outro maluco nos atropelasse.
Malu Pedarcini
Eu, Joceli, Beatriz, Aninha e Sandra
Para esquentar fomos tomar um delicioso chocolate quente. Eles colocam pedacinhos de chocolate no leite fervendo, é uma delícia.
Aí, eu e Sandra (foto) decidimos subir até a última parada a 2.400 metros. Os demais resolveram nos esperar no restaurante, pois não quiseram enfrentar o frio. Pegamos outro teleférico e fomos subindo. É de tirar o fôlego a vista lá de cima, o lago azulado e a vegetação verdinha entremeada com a brancura da neve. Senti-me como se estivesse visitando o Papai Noel.
Chegamos ao cume duras de frio e demos uma voltinha para fotografar. De repente um esquiador passou a milímetros de mim e o vácuo provocado quase me derrubou no abismo.
A Sandra se assustou e eu com as pernas bambas sentei para me recuperar. Com o coração aos pulos decidimos descer antes que outro maluco nos atropelasse.
Malu Pedarcini
terça-feira, 12 de abril de 2011
No Cerro Catedral
Tiramos um dia para um passeio ao Cerro Catedral onde são praticados os esportes de inverno. Alugamos roupa especial e ficamos esperando a van que viria nos buscar sentados na frente do hotel. Estávamos irreconhecíveis com aquela roupa, gorros, cachecóis, botas, luvas, óculos escuros, etc. De repente parou um carro na frente do hotel e dentro algumas japonesas. Ficaram nos olhando fixamente e apontaram para a Bia. Digo sempre que o mundo é pequeno, pois não é que as meninas eram colegas dela lá do Banco do Brasil e nem sabiam que ela estava em férias também.
A nossa condução chegou e fomos para o passeio.
Quando chegamos ao sopé da montanha ficamos maravilhados. À primeira vista os picos de suas montanhas se parecem com torres de catedrais medievais de estilo gótico. Por isso o nome Cerro Catedral. O Cerro a 19 km da cidade de Bariloche é a porta aberta para os ansiosos do mundo todo que gostam de aventurar-se nos esportes de inverno.
A 1030 metros de altura sobre o nível do mar, o Cerro Catedral parece unir o céu e a terra. Uma das pioneiras em estações de esqui da América do Sul, hoje é a mais completa. Divide-se em 53 pistas sinalizadas e de diversas dificuldades que chegam aos 2.000 metros de altura sobre o nível do mar.
Com opções para todas as modalidades de esqui, incluindo fora de pista, os que gostam de praticar um freestyle e snowboard têm uma área especialmente desenhada com bumps e rails para demonstrar suas habilidades. Cerro Catedral também é cenário para as mais importantes competições internacionais.
Malu Pedarcini
A nossa condução chegou e fomos para o passeio.
Eu, Sandra e Aninha, aguardando para subir no Cerro Catedral
Quando chegamos ao sopé da montanha ficamos maravilhados. À primeira vista os picos de suas montanhas se parecem com torres de catedrais medievais de estilo gótico. Por isso o nome Cerro Catedral. O Cerro a 19 km da cidade de Bariloche é a porta aberta para os ansiosos do mundo todo que gostam de aventurar-se nos esportes de inverno.
Zacca, eu, Aninha, Bia e Joceli
A 1030 metros de altura sobre o nível do mar, o Cerro Catedral parece unir o céu e a terra. Uma das pioneiras em estações de esqui da América do Sul, hoje é a mais completa. Divide-se em 53 pistas sinalizadas e de diversas dificuldades que chegam aos 2.000 metros de altura sobre o nível do mar.
Com opções para todas as modalidades de esqui, incluindo fora de pista, os que gostam de praticar um freestyle e snowboard têm uma área especialmente desenhada com bumps e rails para demonstrar suas habilidades. Cerro Catedral também é cenário para as mais importantes competições internacionais.
Malu Pedarcini
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