domingo, 15 de maio de 2011

Augusto Boal: o homem que revolucionou o teatro

"Damos pequenos passos, mas é com pequenos passos que se iniciam as longas caminhadas. Obtemos vitórias simbólicas: mas sem os símbolos, o que seria da civilização?"

O dono dessas frases revolucionou o teatro brasileiro. O ensaísta e dramaturgo Augusto Pinto Boal, foi além na forma de apresentação nos palcos. De um lugar aonde as pessoas iam para assistir, ele fez com que a plateia se comunicasse com os atores. O tradicionalismo deu lugar à participação, onde havia a interferência do público.
Esse carioca, filho de pais portugueses, cursou Química para agradar ao pai, mas na realidade seu mundo girava em torno das Artes.
Idealizou o Teatro do Oprimido, que teve como referência a Pedagogia do Oprimido do educador Paulo Freire.
O início da carreira aconteceu em 1956, como diretor do Teatro de Arena de São Paulo. No ano de 1971, em plena ditadura militar, foi preso e exilado.
Sua estada em Paris foi das mais produtivas. Lá fundou o Centro de Teatro do Oprimido em 1979 e espalhou a técnica para a América do Sul, Europa e Estados Unidos.
Voltou ao Brasil em 1986 e ao lado do sociólogo e antropólogo Darcy Ribeiro fundou a Fábrica de Teatro Popular, que passou a fazer oficinas em presídios e comunidades carentes.
Respeitado aqui e no exterior, teve suas obras traduzidas para mais de 25 línguas.
Firme e participativo, sua atuação frente ao Teatro de Arena foi fundamental na consolidação do teatro no Brasil. O reconhecimento veio em forma de prêmios como o Officier de l'Ordre des Arts et des Lettres, outorgado pelo Ministério da Cultura e da Comunicação da França, em 1981, e a Medalha Pablo Picasso, atribuída pela Unesco em 1994 e a nomeação como embaixador mundial do teatro pela Unesco, em 2009.
Neste mês de maio é aniversário de sua morte. Há dois anos Augusto Boal morria aos 78 anos, vítima de leucemia. Coincidentemente, no mesmo dia que morreu Paulo Freire, que tanto o inspirou.

Malu Pedarcini

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