quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Fragmentos da minha vida

Nasci na pequena Burarama (fotos), distrito do município de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo. Minha terra natal é desses lugares que podem ser considerados o paraíso na terra. Esse pequeno povoado situado em um vale e cercado por montanhas de granito e cachoeiras belíssimas me lembra aquele filme antigo “Horizonte Perdido” que fala sobre a busca do elo perdido. Lá todo mundo é meio parente, pois foi colonizada por italianos que lá chegaram no século 19 e foram casando entre si formando uma grande família. Quando eu estava com quase cinco anos meu pai achou que devíamos mudar de paragem e em um pau-de-arara (caminhão coberto com uma lona) colocamos nossos poucos tarecos e rumamos ao nosso novo destino.
Lembro da choradeira dos meus irmãos mais velhos e da minha mãe que não queriam ir, pois não queriam ficar longe dos parentes e amigos. Eu e minha irmã mais nova estávamos eufóricas uma vez que nunca tínhamos viajado até então. Tínhamos uma expectativa enorme em conhecer o oceano e quando cruzamos o Rio de Janeiro e vimos o mar pela primeira vez ficamos boquiabertas, atônitas mesmo. Nunca imaginávamos que era assim tão belo e grandioso.
Depois dessa primeira visão só fui rever o mar aos 11 anos quando voltei a passeio a minha terra natal e fomos a Marataízes, uma praia capixaba. Aí pude entrar no mar e pular as ondas matando minha curiosidade. Aliás, o mar tem simbologia enorme na minha vida. Sou um ser da água, coincidência ou não, nasci sob o signo de Peixes. O mar me fascina, sou capaz de passar horas e horas sentada na areia olhando o ir e vir das ondas e ouvindo o seu marulhar.

Malu Pedarcini

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