quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Continente

A trilogia “O Tempo e o Vento”, é a obra máxima do escritor Érico Veríssimo (1905 – 1975). Os três volumes contam 150 anos de história. A primeira parte consiste no livro “O Continente”, sobre o qual tecerei meus comentários hoje. Oportunamente, comentarei sobre os outros dois (O Arquipélago e O Retrato) que fecham a obra.
O livro “O Continente” foi escrito em 1949 e conta a saga das famílias Terra - Cambará. Tudo começa no povoado de São Miguel das Missões, com o índio Pedro Missionero, que após a morte de seu protetor parte em busca de novas paragens. Nestas andanças ele se fere e é socorrido por Ana Terra, uma das personagens mais fortes da história, que se apaixona e engravida do índio Pedro. O pai e irmãos não aceitam e o matam e ela passa a viver reclusa até que bandoleiros invadem a casa de seus pais e quase exterminam toda a família. A partir daí, Ana, com o filho e alguns parentes que sobreviveram à chacina vai ajudar a fundar a cidade de Santa Fé, que é palco de todo o desenrolar da história. Um épico que misturando personagens reais e fictícios resgata a saga dos primeiros habitantes do Rio Grande do Sul. Personagens inesquecíveis como a pioneira Ana Terra, o tempestuoso e abusado capitão Rodrigo Cambará, o anti-heroi por quem Bibiana, neta de Ana Terra, se apaixona provocando os ciúmes de Bento Amaral, filho do dono da cidade, o poderoso coronel Amaral. Um livro que fará o leitor mergulhar em um tempo em que a vida e a morte são apenas detalhes. Onde a luta entre duas forças: a do tempo e a do vento revela que o tempo é a passagem, que ele constroi e destroi e o vento é a permanência, a memória.
Um obra imperdível, de um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos.

Malu Pedarcini

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