sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Um dia qualquer

O ponto de ônibus está cheio de gente, todos à espera do coletivo que está demorando mais do que o costume. A chuva cai insistentemente e transmite a sensação de tristeza, de abandono.
Os pingos chocam-se violentamente contra as vidraças das casas vizinhas. Aguardando na calçada, só com a proteção de negros guarda-chuvas, as pessoas continuam na espera do ônibus.
De repente, ele surge e para no ponto. As pessoas são engolidas por ele. Parte tal qual chegou, deixando atrás de si a rua vazia, abandonada, sob o domínio dos pingos d’água que continuam a cair indiferentes.
Parecem cristais vulneráveis que se desmancham em contato com o chão.

Malu Pedarcini

Nenhum comentário: