quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Zacca

 Eu e Zacca, dançando - abril de 1990.

Alguém já disse que existe na amizade uma permuta mais generosa e íntima que em qualquer outra relação. Eu acredito piamente nisso, pois amigos são escolhas que fazemos e, portanto, via de regra, permanecem nas nossas vidas para sempre.
E alguns ultrapassam a tênue linha da vida e da morte e continuam presentes mesmo depois de terem partido.
Com meu amigo Zacca é assim. Ele se foi há muito tempo, mas permanece vivo na minha memória, nos momentos felizes que vivemos, nas brigas que tivemos, nas risadas que demos e nas lágrimas que choramos.
Éramos inseparáveis, adorávamos viajar e sempre estávamos juntos. Falávamo-nos umas “trocentas” vezes ao dia e após um dia de trabalho em que nos sentávamos lado a lado e falávamos, falávamos e falávamos, íamos pra casa e ao chegarmos nos ligávamos para ‘fofocar” e gargalhávamos.
Brigávamos também, porém nossas rusgas não duravam meia hora. Não conseguíamos ficar “de mal”.
Ele dizia que eu era a irmã que ele não teve e para mim ele era mais um irmão dos muitos que eu tinha.
Mas, um dia, aquele ser iluminado, alegre e amigo morreu e me deixou só.
Um pouco da alegria que eu tinha se foi com ele e acho que não voltará nunca mais.
O consolo é saber que onde ele estiver deve estar espalhando felicidade, pois Zacca era a personificação da alegria e do bom humor.

Malu Pedarcini

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