quinta-feira, 31 de março de 2011

No coração dos Andes

O nosso próximo destino seria Peulla. Peulla, com seus apenas 130 habitantes, é de um vazio encantador. Pena que passamos apenas um dia, pois a vontade era de ficar a vida toda no agradável e centenário hotel de montanha, o Hotel Peulla.

Adorei o hotel com seu assoalho de tábuas largas que ao andar faz um barulho característico.

Fomos tomar uma bebida no bar do hotel e ficamos nos esquentando na lareira. À noite o jantar foi servido à luz de velas e de entrada tomamos uma deliciosa sopa de tomate.

Foi ali que experimentei pela primeira vez o kiwi, uma fruta meio ácida adocicada que, aliás, adorei. Quando veio a sobremesa trouxeram vários doces e entre eles uma taça enorme de cerejas com chantilly. Empanturrei-me de tanto comer cerejas. Após o jantar fomos para fora para observar o céu que estava estrelado e lindo. Em poucos minutos juntou-se a nós uma pequena multidão, todos admirados com a beleza do céu.

Além das atividades no parque de Peulla, como cavalgadas, pesca esportiva, passeio de jipe 4x4 e de barco no braço do rio, o melhor mesmo é o trekking pelo vale incrustado nos Andes.

Com certeza o cineasta alemão Wim Wenders não perderia a oportunidade de rodar um filme sobre o "homem pequenininho" na "natureza gigante".
É um convite a variadas reflexões sobre o sentido da vida: andar sob um frio seco, olhar as montanhas que se misturam entre nuances de azul, verde e branco, ver barracos destruídos pela passagem do tempo e charcos de capim que se estendem até você perder o rumo do hotel. Fomos embora no dia seguinte já com saudades desse lugar encantador perdido no meio dos Andes.

Malu Pedarcini

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