domingo, 12 de setembro de 2010

Biscoitos com gosto de amor

Existem imagens que nos acompanham pela vida e ficam gravadas para sempre na nossa memória. Uma das que trago comigo são da minha avó Angela e sua lata de biscoitos. Aquela figura franzina, magrinha, era uma guerreira. Criou nove filhos, sendo oito biológicos e um adotivo.
Lembro-me da sua doçura recebendo os netos em seu quarto para pedir a “bença”. Em retribuição ganhávamos um punhado de biscoitos, daqueles redondos, crocantes, de maisena, que ela tinha estocados à sua cabeceira.
Vovó se foi muito jovem e eu na época, uma garotinha de quatro anos, nunca entendi como alguém podia ter ido embora, assim tão de repente.
Nunca mais comi um biscoito igual os da vovó. Aqueles biscoitos eram especiais, tinham o gosto de amor, de amor de vó.

Malu Pedarcini

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