quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Tia Julia e o Escrevinhador

Hoje meus comentários vão para um livro do escritor peruano Mário Vargas Lhosa. “Tia Julia e o Escrevinhador” é um dos melhores livros desse autor latino e tem muito da sua vida. Conta a história de Marito, um jovem de 18 anos, tentando a carreira de escritor e jornalista. Sua vida muda de cor quando tia Júlia, uma “coroa”, irmã da mulher de seu tio, e Pedro Camacho, um escritor de novelas começam a fazer parte da sua vida.
Marito se apaixona pela balzaquiana Júlia e se torna inseparável de Camacho e isso faz a diferença na sua vida. Com bastante humor e irreverência o autor mostra a relação do jovem com uma mulher mais velha e o mundo rocambolesco das novelas.
O interessante neste livro é que os personagens são reais. Julia Urquidi existiu.  Mario e ela se casaram, ele com 19 anos e ela com 29, em uma época que isso não era comum. O casamento durou oito anos e em um trecho do livro tia Júlia faz uma previsão que de fato se concretizou. Diz ela:

“Sei como vai ser no futuro com todos os detalhes, vi numa bola de cristal – me disse tia Julia, sem a menor amargura. – No melhor dos casos, a nossa história duraria três, talvez uns quatro anos, quer dizer, até que você encontre a menininha que será mãe de seus filhos. Então você me dará um chute e eu terei de seduzir outro cavalheiro. E aparece a palavra fim.”

E de fato isso aconteceu. Vargas Lhosa se apaixonou por Patrícia, sobrinha de tia Júlia. Casou-se com ela e vivem juntos até hoje. E tia Julia, o que foi feito dela?  Ela morreu em março de 2010 aos 84 anos.

Malu Pedarcini

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