quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Exclusão social


Segundo o professor de Sociologia, Elimar Pinheiro Nascimento “o excluído não é apenas aquele que se encontra em situação de carência material, mas aquele que não é reconhecido como sujeito, que é estigmatizado, considerado nefasto ou perigoso à sociedade”.
Mas, afinal o que é exclusão social? Exclusão social é estar desempregado, é não ter moradia ou mesmo morar na rua ou favela, é não ter oportunidade à saúde, educação, previdência? Sim, é tudo isso e muito mais. É a distribuição desigual do produto social, a desigualdade de acesso a empregos, terra e aos serviços de educação e saúde, oportunidades de participação social e cultural. Também é o preconceito e a discriminação contra negros, índios, mulheres e pobres em geral. E nesse contexto cresce a violência urbana e surge uma nova sociedade.
Os ricos se protegem com carros blindados, grades de ferro e guardas particulares em suas residências enquanto os pobres e os sem teto são encurralados para a periferia das grandes cidades.
Com essa perda de capital social e humano, a sociedade se torna incapaz de superar os desafios do desenvolvimento. E o capital social tem influência decisiva no cumprimento das normas e leis, no comportamento cívico, no respeito aos outros, da propriedade particular e pública e no engajamento em iniciativas comunitárias, como conselhos de escola e de centros de saúde.
Uma das tarefas mais urgentes para criar e expandir o capital social é investir nos jovens, na educação, ao mesmo tempo desenvolvendo atividades culturais e esportivas – corais, orquestras, dança, teatro, ginástica, capoeira, competições atléticas – com a juventude da periferia urbana.
Portanto, a construção só pode vir pela recuperação do espaço da exclusão, pela valorização das realidades que, por não se reprimir à lógica capitalista, podem oferecer resistência necessária para abrir caminhos para a efetiva cidadania.

Malu Pedarcini

Nenhum comentário: