sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Dom Helder Câmara – um brasileiro “porreta”

 "O verdadeiro cristianismo rejeita a ideia de que uns nascem pobres e outros ricos, e que os pobres devem atribuir a sua pobreza à vontade de Deus."

No dia 27 de agosto fez 11 anos que ele se foi. Teve uma vida plena, dedicada à justiça e aos pobres. Baixinho, franzino, o típico nordestino, porém uma fortaleza quando se tratava de defender os direitos humanos. Combateu o autoritarismo na ditadura militar e usou os meios de comunicação para denunciar as injustiças. Criador da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil pregava uma igreja simples com ênfase na ajuda aos pobres. Por isso sofreu perseguição dos militares e foi acusado de comunista. Taxado de "Arcebispo Vermelho" negaram-lhe o acesso aos meios de comunicação após a decretação do AI5. A mídia foi proibida de divulgar o seu nome e por isso na época ficou desconhecido da opinião pública nacional. Mas isso não arrefeceu os ânimos desse lutador. Fez frequentes viagens ao exterior, onde divulgou amplamente suas ideias e as denúncias de violações de direitos humanos no Brasil. Foi adepto e promotor do movimento de não-violência ativa. Ganhou dezenas de prêmios aqui e no exterior por sua luta a favor dos necessitados. Foi o único brasileiro indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz. Quando se aposentou aos 75 anos foi viver nos fundos de uma igreja em Recife, onde morreu ao 90 anos. Em fevereiro de 2008 foi encaminhado à Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano, o pedido de beatificação de D. Helder pela Comissão Nacional de Presbíteros (CNP), vinculada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Malu Pedarcini

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