terça-feira, 28 de setembro de 2010

Confesso que Vivi

Adoro ler biografias, principalmente se estas são de alguém que consegue transmitir suas experiências de vida de uma forma poética e estimulante. Nefatli Ricardo Reyes Basoalto é um deles. Você não sabe quem é? Sabe sim! Ele é conhecido mundialmente como um dos maiores poetas da América Latina e do mundo. Ficou mais fácil agora não é? É ele mesmo, o chileno Pablo Neruda. Mas não falarei dele hoje não. Posteriormente voltarei a falar desse poeta de grande expressão latina e um grande libertário. Hoje, vou falar do seu livro "Confesso que Vivi", memórias escritas por ele e que já li e reli infinitas vezes. O seu único livro em prosa retrata a sua vida, desde a infância nos bosques chilenos, na cidadezinha de Temuco, onde a chuva era companheira do menino tímido, até o fim da vida, já triste e em desalento após ver a democracia do seu país ruir e o ditador Pinochet passar feito um trator sobre os que ousavam contestar.
O livro é um relato histórico da sua estreia no mundo das letras, das suas atividades políticas, sempre defendendo a liberdade, dos livros que ganhou da dama chilena da poesia Gabriela Mistral, das suas amizades com grandes nomes da literatura como Federico Garcia Lorca, Miguel Hernandez, Jorge Amado e tantos outros.
Conta suas inúmeras viagens pelo mundo e por países como China, Índia, União Soviética, Espanha, França, México, Brasil e muitos mais.
Relata seu amor pelo mar, que era infinito e seu último lar, a casa de Isla Negra, hoje transformada em museu, onde colecionava milhares de conchas e viveu os últimos anos ao lado de Matilde, seu grande amor.
Uma vida memorável, impregnada de paixão. Pura poesia, como toda a obra do poeta. Leitura obrigatória para quem aprecia um bom livro.

Malu Pedarcini

Nenhum comentário: