segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Chegando a Puno

 O trem que vai de Cusco até a cidade de Puno, no Peru - setembro de 1988.

 Povoado de Tinta, no Peru - setembro de 1988.

 Eu, Sandra e Joceli, no porto no Lago Titicaca, em Puno - setembro de 1988.

Passamos o dia inteiro em Machu Pichu e almoçamos no restaurante que se localiza dentro do sítio arqueológico. Foi a primeira vez que comi abacate (avocado) em forma de salada. A tardinha voltamos a Cusco e fomos dar umas voltas na feirinha de artesanato. Comprei umas malhas lindas de lã de alpaca.
No dia seguinte embarcamos em um trem com destino a Puno. Foi uma viagem interminável, não chegava nunca. Levamos 12 horas para percorrer 381km. A estrada de ferro que liga Cusco a Puno é uma das mais altas do mundo. Passamos por dezenas de vilarejos no meio dos Andes. Em alguns tínhamos que nos abaixar, pois havia risco de atentados do Sendero Luminoso, um grupo radical que estava em luta armada contra o governo. O Sendero Luminoso (“caminho iluminado", em espanhol) é uma organização guerrilheira de inspiração maoísta fundada na década de 1960 pelos corpos discentes e docentes de universidades do Peru. Abimael Guzmán (professor de Filosofia da Universidade Nacional de San Cristóbal de Huamanga) é considerado seu fundador por excelência, e adota o codinome Presidente Gonzalo.
Ao passar pelo povoado de Tinta pediram para nos mantermos abaixados, porém ao ouvir o refrão tão famoso “El pueblo unido jamas será vencido” não resisti e levantei para dar uma olhadinha. Para minha surpresa eram só colegiais, aí aproveitei e tirei uma foto. As crianças adoraram e me deram tchauzinho. Quando achei que íamos dormir no trem de tão demorada que estava a viagem, chegamos a Puno.

Malu Pedarcini

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