quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sillustani: uma das maiores necrópoles do mundo

 Lago Umayo, em Sillustani - Peru - setembro de 1988.

No outro dia fomos até Sillustani, situado num planalto andino, a mais de 30km de Puno. Sillustani é uma das maiores necrópoles do mundo. Rodeada por paisagem de incrível beleza que parece se resumir nas serenas águas da lagoa Umayo, o complexo arqueológico se destaca pelas gigantescas "chullpas" (espécie de torres de pedra), feitos por collas e incas para enterrar seus mortos.
Algumas a cair, outras de pé como torres de xadrez se negando ao passar do tempo.

No meio dos pampas, a mais de 3.900m sobre o nível do mar, o silêncio parece ter encontrado o seu reino e o vento sopra com força, como a querer perturbar o descanso dos mortos.
Seus verdadeiros arquitetos, mestres na arte de erigir colossos de pedra, escolheram para sua maior obra um espetacular cenário: um cume frente à lagoa de Umayo, que mesmo sem ter as dimensões nem a aura legendária do Titicaca, conquistam os sentidos e causam admiração.
As "chullpas" parecem tomar de assalto a meseta alto-andina. São quase 90 numa área de 150 hectares. Muitas delas superam os 12 metros de altura e tem um maior diâmetro na parte superior que na base. Um enigma às leis da gravidade e ao equilíbrio. Um detalhe que as faz únicas no continente.

Estranhos mausoléus de idade indecifrável. Suspeita-se que foram feitos no século X. Tumbas de nobres collas, morada eterna dos Filhos do Sol, que ao dominar estas terras, lhe somaram características arquitetônicas similares às do Templo do Sol ou Corikancha em Cusco, e a Fortaleza de Ollantaytambo, no Vale Sagrado dos Incas. Os mortos eram enterrados em posição fetal e as portas das tumbas direcionadas para o leste (sol nascente).
Sillustani é língua aymara, que traduzida ao castelhano significa "forma de unha".

Malu Pedarcini


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