terça-feira, 7 de setembro de 2010

O direito à educação

De acordo com a Constituição da UNESCO o direito à Educação é um direito humano fundamental e ocupa um lugar central nos Direitos Humanos e é essencial e indispensável para o exercício de todos os outros direitos humanos e para o desenvolvimento. Baseados nisso como podemos transformar o conhecimento em um bem público e elaborar novas políticas regionais para a educação superior no Brasil?
Sabemos que a universidade brasileira atravessa um momento difícil, resultado de um contexto socioeconômico não adaptado para a realidade contemporânea. Isso faz com que os currículos tenham que ser rediscutidos, pois não se encaixam à expectativa dos alunos e à realidade do País. Outra consequência dessa inadequação é o fato do mercado de trabalho não absorver a massa de profissionais formados. Isso ocorre em virtude da falta de planejamento e localização e opções de cursos oferecidos pelas faculdades. Além disso tudo, ainda há o problema da elitização do ensino, visto que a grande maioria das faculdades pertence às redes particulares e cobram taxas altas para a população estudantil de baixa renda. Por outro lado as poucas instituições de ensino gratuito existentes têm seu acesso restrito aos estudantes provenientes das classes mais abastadas, pois eles têm mais condições de disputar uma vaga em função de ter tempo e condições financeiras para se prepararem para os vestibulares tão concorridos.
Isso acontece desde a chegada ao Brasil da família real portuguesa. A educação no Brasil, já nasceu sob o signo da distinção social. Os portugueses proibiram a instalação das universidades na colônia, formando assim, uma resistência à ideia de um projeto de ensino no país, principalmente quando, naquele período, os portugueses mandavam seus filhos estudarem em Coimbra. A dificuldade do acesso à universidade pela população menos favorecida, a falta de investimento, os baixos salários dos professores fazem parte do cotidiano e constituem um fator de desmotivação.
O que se vê por aí são universidades sem as mínimas condições de oferecer conhecimento e formação para que o aluno seja um bom profissional. Na prática isso se traduz nos milhares de formandos em Direito que não conseguem passar no exame da OAB, em médicos antiéticos, em engenheiros que fazem cálculos errados, em resumo, profissionais sem condições de exercer a profissão colocando em risco a vida de pessoas.


Malu Pedarcini

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